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S A OVELHA NEGRA. ELA EXISTE REALMENTE? | ||||||
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Escrevi esse comentário sobre um artigo enfocando o tema da ovelha negra, em que tentava esclarecer o estigma que carregam pessoas que não se encaixam em uma forma de viver, pensar, existir de uma dada família, de um dado grupo social, de uma dada sociedade e até cultura. Comentei porque creio que essa questão ainda pode ser mais aprofundada e vista também sob outro ângulo.
A sociedade, a cultura e a família que não aceitam o outro, muitas vezes até fabricam um outro, que é mais sensível ou vulnerável ou mais autêntico onde são refletidos aspectos reprimidos dessas famílias ou grupos sociais. Tende-se a projetar sua própria sombra no outro, naquilo que não se aceita em si mesmo. O bode expiatório ou ovelha negra é conveniente à família doente e disfuncional, por exemplo, porque isso é doença.E alguém ou alguéns dessa familia e grupo vai sempre tentar dizer que o restante do grupo é unido e são pessoas ótimas e de bem, e vão fazer cerco psicológico, social e tentar rebaixar moralmente ou de qualquer outra forma a pessoa que escolheram de bode expiatório, para dizer: "Viram como é ela ou ele que não presta, nossa familia é unida e de bem e todos comungamos a mesma idéia". E isso é a maior mentira que sempre existiu. Por trás das máscaras e hipocrisias se odeiam e se machucam quando podem, porque aí não há amor.
Eles vão querer a ovelha negra sempre por perto e se possível mantendo uma relação sado-masoquista. Não querem que as ovelhas negras se apartem. É uma questão sistêmica onde alguém e algures carregam a "doença" da família, dos grupos sociais e sociedade nos ombros. Sob toda essa capa de comportamentos há uma questão mais profunda que tem que ser pensada, repensada, sentida e buscada.
Existe uma condição de pertencimento universal que é o amor. Quando alguém ama o seu semelhante, mesmo que pense diferente e aja de forma diferente (diga-se de passagem que todos são diferentes, apenas são mascarados) e se assuma com autenticidade nunca vai tachá-lo de ovelha negra. Quem ama verdadeiramente sabe que somos todos diferentes e que em nós mesmos internamente temos diferenças, ainda que girem sob um eixo.
Quem não ama está sempre projetando seus medos, seus ódios, seus desencontros internos nos outros. Todos temos em alguma medida medos, ódios, conflitos e quando isso fica tudo em uma só pessoa, é claro e transparente que há um complô, para preservar a doença e não terem que encarar suas verdades. Uma família, um grupo social, uma sociedade que buscam sempre apresentar as diferenças como algo errado, taxando de ovelha negra e coisas do tipo, tentando excluir, muitas vezes por não poder manter o controle sobre aquilo que é diferente está, no fundo e em última instância, buscando alguém ou algures para servir de bode expiatório para o seu desamor, o ódio por si mesmo e o medo por não saber de fato quem é. A ovelha negra, dessa forma, não existe, o que existe é a falta de amor básico pelo semelhante e por si mesmo e a projeção dessa falta de amor e da sombra não reconhecida de algumas pessoas sobre outras pessoas ou grupos sociais.
Proponho dessa forma, que essa questão passe a ser vista também enfocando a família disfuncional, a sociedade e cultura sem amor. De fato, a ovelha negra não existe e quando se aponta alguém como ovelha negra já está estigmatizando. O que existe é uma imagem fabricada por famílias doentes, grupos sociais e sociedade que necessitam aceitar suas diferenças internas e externas, resgatar o amor básico pelo outro e se auto conhecerem, como também às suas feridas.
Verônica Maria Mapurunga de Miranda |
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