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Para o ódio na política o remédio ainda é a liberdade |
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Há no ar, nas redes sociais e nas ações desenfreadas particulares ou não “um ódio” que aparentemente não se explica, ou que se teme por parte de vários cidadãos e cidadãs, até intelectuais, na conjuntura política do país. Sempre lembro, não sei se por trazermos em nós “ocidentais” e “mistos”, quase de uma forma arquetípica e histórica a revolução francesa com o ódio popular e o medo que perdeu os freios na fase que se chamou o “grande medo”. Eram muitos rumores, depois da queda da Bastilha e da queda do “antigo regime”, sobre a instável situação política, gerando descontentamentos, medo de perda das colheitas, medo dos grupos de bandidos, que diziam os rumores se aproximavam e que fizeram camponeses pegar em armas para defender seus bens, sua segurança e invadirem aldeias, com medo das forças feudais retomarem o controle da situação. As ações dos camponeses e situação de instabilidade política levaram ao fim do regime feudal decretado pelo governo provisório francês em 04 de agosto de 1979. Pensando na desestruturação política e na instabilidade e aprisionamento dos poderes políticos brasileiros em um sistema político que não mais funciona, me veio ao pensamento “o grande medo”. O ódio que paira no ar necessita de esclarecimento e necessita de entender que os afetos soltos não constituem “um ideal”, assim como ódios e revoltas também não. O ódio, o medo, a revolta desenfreada surgiriam, então, não de ideais políticos, mas catalisados pela quebra de um sistema que não mais funciona, onde tudo fica à deriva ou ainda pela falta de liberdade e de interlocutores. Em uma sociedade onde os condutos de comunicação estão fechados e não há uma direção clara e transparente, gera-se confusão, medo, insegurança no porvir e ódio. No caso Francês o governo provisório entendeu o recado da população diante do antigo regime feudal falido e derrogou todos os privilégios e costumes feudais em uma Assembléia Nacional Constituinte. Considerando que essa foi uma fase diante de todas as que vieram na revolução francesa com avanços e recuos, o “grande medo” pode nos ajudar a refletir a dissolução de um sistema político, que está dando reviravoltas de podre, e está sem condução política efetiva. Um dos problemas já anunciados: não temos uma esquerda capaz de catalisar as necessidades da população, já que foi e é de certa forma anexada ao aparelho do Estado, que por sua vez está necessitando de reformas profundas. Essa falta de liberdade, com as decorrências das últimas eleições - em que de acordo com muitos articuladores políticos houve uma clivagem em torno de dois projetos de governo - infelizmente teve o projeto vencedor não aplicado, mas traído para mudanças na plataforma política do outro projeto e isso causa desilusão, revolta, pouca vontade política de defender o atual governo e, sobretudo, causa ódio centralizado na figura da Presidenta, com o grito retumbante de “Fora Dilma”. Além do parlamento desacreditado pelos escândalos de corrupção nós temos também o giro à direita do Poder Executivo, assinalando perdas dos direitos dos trabalhadores e a continuidade no retrocesso de direitos dos Povos Originários do Brasil. Não é estranho que a população esteja assustada e os afetos elevados. Todas as tentativas de explicação e compreensão do processo atualmente são difíceis porque a desestruturação do Governo e do Congresso Nacional, com os escândalos da corrupção, a paralisação de serviços e a incerteza de uma condução para os problemas políticos geram sentimentos de medo, revolta e ódio. Quando um sistema está ruindo, como ocorreu com o “antigo regime” na França o melhor para acalmar os ódios é estabelecer parâmetros de transparência e liberdade. Conduzir para canais políticos o ódio que anda solto no país só pode ser realizado através de um debate político amplo com uma Assembléia Nacional Constituinte onde a população possa se manifestar e os condutos políticos sejam reabertos. “Égalité, fraternité et Liberté. Merci Beaucoup, Merci Beaucoup... Não há de que.” Constituinte Já! |
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Verônica Maria Mapurunga de Miranda |
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Dia 19 |
Abril de 2015 |
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