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Foto de Viçosa do Ceará - por Veronica Maria Mapurunga de Miranda -1999


DOS ROUBOS DA CULTURA

 

ARQUIVOS

   

 

DRoubaram minhas poesias adolescentes e uma canção, feitas na década de 70 do século passado. Coisas de minhas lembranças e recordações. Foram roubadas de minha casa, em um CD com muitos outros arquivos por volta do ano de 2005. A primeira vez que fui roubada de material que chamam hoje de “conteúdo” e que é traficado por todo o país e até fora dele. Antes disso eu nunca tinha tido roubo de materiais de pesquisa ou arquivos pessoais. Na época eu não fazia idéia que existia tal tráfico. Mas os originais das poesias ficaram comigo em um caderno antigo, de recordações. Em 2007 vários artigos e fotos saíram em um livro de autor que eu não conhecia, sem autorização minha, que sei que estavam neste CD roubado. A partir daí começaram a roubar minha casa e não pararam, o que me fez acreditar que essas pessoas que roubaram o CD e fizeram publicações sem autorização são partes de uma mesma rede, que traficam conteúdos no país, já que nunca ninguém me contou como esses artigos, fotos e outros chegou às mãos desses falsos autores. Infelizmente algumas “culturas” locais, bem como redes de tvs e mídias patrocinam essas redes e são receptadoras desse material roubado de quadrilhas, que passaram a se especializar nesse tipo de roubo.Esse assunto é extenso, mas vou fazer somente algumas colocações.

Recentemente entraram em minha casa em uma saída que fiz para ir ao Banco e Lan House e me roubaram várias pastas com minhas redações antigas (do ginásio, primeiro grau) e artigos que escrevia para o jornal o MEV, na minha adolescência).

Além disso, foram até em um caderno meu de recordações e retiraram, rasgando as páginas de poesias que estavam copiadas, assim como outros textos, dentre eles um conto, que participou de um concurso de contos femininos, realizado pela União das Mulheres Cearense no final da década de 70 do século passado. Levaram também, pasmem, um saco de bilhetinhos amorosos que meu companheiro, que já morreu, deixava-me todos os dias quando saía de casa e eu não estava ou ainda estava dormindo. Pergunto para que alguém roubaria isso, a não ser pelo fato de fazer dano a alguém, de ser cruel? Ou será que alguém quer se passar por mim?

Roubaram pastas de textos de história e trabalhos meus realizados na universidade e textos de cursos que eram usados em aulas que dava no CETREDE (Centro de Treinamento em Desenvolvimento Regional) nos anos 80 do século passado. Podem ter levado muito mais coisas que não consegui ainda verificar. Além disso, quebraram uma porta e gavetas do meu criado mudo. A gente pergunta por que isso não é observado por algum vizinho ou vizinha? Eu gostaria de ter resposta, mas se sabe que nem todo mundo está em casa de dia e que eles distribuem propinas, pelo silencio e até pela ajuda. Além disso, na sociedade individualista em que vivemos ninguém se importa com o dano que ocorre a alguém, até que aconteça também consigo e com sua própria família. Infelizmente, as pessoas se renderam ao Deus dinheiro e a qualquer propina, que suplantou velhos valores que são mais necessários que nunca.

As pessoas pensam que sua mercadoria, mesmo que esteja sendo vendida estragada para pessoas, tem preço e não pode ser roubada, mas aquilo que é resultado de trabalho intelectual e criativo dos outros, pode. Convido as pessoas a verem as leis do país. Pode haver cadeia e indenização alta para isso. Todos que trabalhamos nessa área e que estamos sendo vítimas desse tipo de roubo e dessas quadrilhas precisamos nos organizar e nos ajudar mutuamente, porque estamos sendo vitimados por quadrilhas sem fazer parte de nenhuma rede, sem receber nenhum tostão do dinheiro sujo que eles ganham às nossas custas, enquanto vivemos dificuldades pelo fato de sermos pessoas criativas e intelectuais em uma sociedade que só pode valorizar esse trabalho se ele se transformar em mercadoria chamada “conteúdo” e for roubado e traficado. Nunca participei de nenhum tipo de trabalho e nem rede, que envolvesse os ditos “conteúdos” que os bandidos procuram como se fossem drogas. Recentemente invadiram meu whatsapp que uso com pouquíssimas pessoas oferecendo empregos de meio período na internet. E alguém dizendo que é um RH. Pensei que RH era o tipo de sangue. Não sei do que se trata, mas desde jovem aprendi a não cair em arapucas desse tipo, que antes saíam em jornais e agora invadem os seus whatsapps, muito menos abrir links desconhecidos. Mas parece que essas quadrilhas de “conteúdos” são formadas também a partir dessas arapucas empregatícias. Todo cuidado é pouco!

Outra questão é que eles se passam pelas pessoas que são roubadas, com verdadeiros roubos de identidades (coisa de psicopata). Reclamei de uma pessoa que tinha um site que copiou coisas do meu site sem autorização e ela me contou uma história bem estranha. De que tinha recebido o “material” de uma pessoa que tinha dito que era meu velho conhecido, um Hare Krishna que tinha namorado comigo e que ela tinha sido apresentada a mim, por ele. Eu não a conhecia, nunca tive namorado Hare Krishna em minha vida e muito menos nunca tinha autorizado nada. O que significa que alguém havia se passado por minha pessoa e tinha inventado uma história sobre mim. Com isso eu fiquei sabendo que havia falsários na história, que também é crime. Parece que algumas pessoas não sabem a gravidade de se passarem por outros (é crime de falsidade ideológica) e estão fazendo muito isso. Acreditam também que alguma pessoa conhecida sua, jamais vai questionar a identidade de alguém. Nunca imaginamos que um vizinho ou vizinha, um parente, alguém que se diz amigo, ou um funcionário de instituição ou até um terapeuta ou médico vai utilizar alguém muito parecido consigo para lhe enganar. Ou vai utilizar alguém para se passar por outro ou outra em que está sendo dado o golpe. Mas, infelizmente isto está acontecendo demais. Existem seitas e determinadas confrarias masculinas, principalmente, que são abusivas. E isso está ocorrendo, também, com algumas quadrilhas que trabalham com “clones” e se passam por outras pessoas. Parece que faz parte da filosofia criminal deles. Existem até programas de tv que dão reforço a isso.

E isso além de ser extremamente abusivo é crime. E é um tipo de crime mais difícil de desvendar porque eles jogam os crimes que cometem para outras pessoas. E isso é algo que a polícia tem que apurar. Que bandidos façam isso, a gente entende que o fazem porque são criminosos, mas quando isso começa a ocorrer entre pessoas que se dizem conhecidas e amigas e usam isso para cometer delitos e justificar atos injustificáveis, vemos como isso degrada as relações, as pessoas e a cultura. De outra forma, essas pessoas assumem a bandidagem, enquanto posam de pessoas honestas. Infelizmente, isto também está acontecendo na pequena Viçosa do Ceará.

Soube por um passarinho que andaram distribuindo o roubo que fizeram em minha casa. Distribuíram entre jovens estudantes, os meus textos e poesias adolescentes. E alguns trabalhos que fiz na universidade foram distribuídos entre outras pessoas, que fazem cursos universitários de todo tipo. O objetivo era lavar o roubo (assim como fazem com lavagem de dinheiro de drogas e de dinheiro das prefeituras) e de quebra fazer dano àquelas pessoas que eles querem perseguir, porque dentre esses ladrões de conteúdo há também psicopatas nas quadrilhas. É a cultura putrefata de Viçosa do Ceará, que está importando gente especializada em quadrilhas para realizar uma economia e cultura do roubo e tráfico.

Saudades dos tempos antigos e verdadeiros, em que os jovens não eram pervertidos, para ajudar a cultura do roubo e de quadrilhas. E que as pessoas tinham tranqüilidade mínima ao sair de suas casas para ir à rua. Que a polícia seja informada e as promotorias da cidade também. A delegacia da cidade é muito distante e fica difícil em época de pandemia (que não saímos de casa) fazermos boletins de ocorrência, inclusive porque eles aproveitam para roubar em sua casa quando você demora um pouco mais. Infelizmente as pessoas acham que roubar material de trabalho intelectual e criativo não é roubo, e quase não deixam rastros, mas você vê suas coisas e material de trabalho sumindo da sua casa.

E eles e elas fazem outros tipos de vandalismo e coisas perigosas: Deixaram uma vez agulhas e alfinetes que eu tinha guardado dentro de meu armário, espalhados em minha cama, com certeza para me prejudicar. Se eu não tivesse percebido logo poderia ter agulhas enfiadas no meu corpo. Entupiram o cano da minha pia da cozinha com pano de chão. Esses são somente alguns exemplos das tantas maldades que já fizeram, fazem e que essas pessoas são capazes de fazer na casa de alguém.

Além disso, há sites de fake news realizados com material roubado e alterados com o objetivo de denegrir as pessoas, principalmente daquelas que estão denunciando os roubos, porque estão sendo vitimadas e têm que atuar. Inventam um monte de histórias inverídicas e coisas do tipo para atrapalhar a vida da pessoa. Vamos convocar as pessoas que estão sendo vitimadas por essas quadrilhas para o bom combate. Sinceramente não tenho nada do que me envergonhar nos meus arquivos pessoais e qualquer coisa que apareça nesse sentido será considerado mais crime, porque é material corrupto e alterado para denegrir, e porque sou pessoa idosa e para alguns crimes com idosos, de acordo com o Estatuto do Idoso, não existe fiança.

Algumas coisas do material roubado temos cópias e é possível recuperar, outras, sem cópia, você reconhecerá quando vir em algum lugar, porque aquilo que você fez você reconhece. De qualquer forma ao reconhecer o roubo a denúncia será feita. Em assuntos de meu trabalho, eu tenho proficiência o suficiente para combater quem rouba meus temas de pesquisa e rascunhos de trabalho, para fazer teses e pesquisas roubadas, que serão rasas e malfeitas.

Há pouco tempo atrás denunciei roubos de material de pesquisas realizadas em instituição federal. Reitero aqui também que nunca enviei e nem cedi nenhum material de pesquisa para ninguém. Quando envio algo para alguém são publicações, que podem ser devidamente lidas e citadas. E neste caso os materiais de pesquisa, que aparecerem em algum lugar, publicação ou tese e, não forem citações de minhas publicações, serão considerados roubo, assim como os demais materiais que foram roubados.

Esses roubos ocorrem principalmente, quando há patrocinadores de quadrilha e receptadores do tal “conteúdo” que as quadrilhas traficam. Mas são pessoas comuns, que trabalham em instituições ou outras atividades, todas aparentemente honoráveis e que contratam outras pessoas especialistas em roubo para fazer o trabalho sujo. Antes da pandemia eu estava no Banco esperando minha vez, sentada, lendo um livro, quando de repente percebi assustada que havia duas moças fotografando o que eu estava lendo, por trás de mim. Quando percebi e me virei saíram correndo. Esse tipo de pessoa, aparentemente inocente, atua com quadrilhas. Parece que agora estamos convivendo com um tipo de roubo, que não é mais material, nem de carteira, mas são roubos dos trabalhos intelectuais e criativos, que são transformados em mercadoria que chamam de “conteúdos” e dão dinheiro para quem rouba e para os receptadores. E a rede é internacional, assim como o narcotráfico. E em alguns lugares anda junto com ele. É uma rede que tem ganchos em instituições federais, em universidades (há pessoas com pós-graduação realizada à custa de roubos) há empresas especializadas em captar esses roubos para fazer pesquisas encomendadas para falsos pesquisadores e para vender teses, além dos receptadores dos núcleos de criações de programas e novelas de tv e mídia.

Parece que até editoras estão sendo lançadas, para publicar materiais roubados com falsos autores, inclusive de livros já publicados em outros países.E nas redes sociais onde pululam fake news e funcionários de empresas contratados de qualquer forma, existem os captadores e ladrões de conteúdos, que inclusive pagam propinas e alugam perfis de pessoas que se vendem e que não respeitam os outros, para fazer o seu trabalho de rede ou quadrilha. Muitas vezes um trabalho nojento. Em época em que precisamos estar em redes, estas precisam ser limpas dessas quadrilhas, que são verdadeiros esgotos. Vivemos uma época obscura. Afora isso, a pior coisa que existe são as pessoas coniventes com esse estado de coisas, apesar de se declararem éticas e reserva moral da sociedade, porque entre outras coisas estão defendendo interesses próprios e por isso lançam dúvidas sobre as pessoas que são permanentemente vitimadas. Sabemos que além da cumplicidade com o crime, que também é passível de ser penalizado, existe a lei do retorno ou lei de causa e efeito, que está bem vigente atualmente e serve para todos. Que os roubos e invasões de domicílios dessas quadrilhas, que as maldades e atos que fazem danos às pessoas sejam suas próprias maldições.

Este é um assunto importante para se debater e debelar no país, não somente pelas policias federais e especializadas, mas é também uma questão política, porque esses roubos e essas quadrilhas acabam se constituindo em grupos paralelos de poder no país, nos impérios das comunicações que se consideram as maiores empresas de conteúdos (poderíamos perguntar se não são as maiores empresas de conteúdos roubados) e em suas ligações com o narcotráfico.

Vivemos neste país e nesta pequena cidade a cultura do roubo. Ou seria o roubo da cultura?

Verônica Maria Mapurunga de Miranda -01.07.2022

 

 

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