Já não quero saber de reflexos, nem de espelhos. Ali onde tudo parece igual ou único busco mais a inspiração.

Já descobriram que não é verdade, que eles não são eternos. A ciência fez a descoberta.j Mas, o filme com James Bond com esse título - Os diamantes são eternos - continua fazendo sucesso. Bom, há diamantes e diamantes. Há um certo tipo de diamante que não morre...O diamante que todos nós carregamos, mesmo sem ter consciência disso, muitas vezes. Ouvindo Águas de Março de Tom Jobim, enquanto chovia a cântaros neste mês das chuvas, me veio ao pensamento a cidade, com tantos bueiros entupidos, as tantas vias interrompidas, que não existem somente lá fora, mas também em nós, e que nos impedem de irradiar. Nos impedem também de fazer brilhar a nossa luz própria, aquilo que somos verdadeiramente - um eterno diamante.

Muita coisa poderia ser diferente, nas relações humanas, para muitos de nós, se o "eterno diamante" fosse descoberto ou despertado. Digo descoberto, porque algumas pessoas irradiam de alguma forma, pelas frestas e permanentemente, mas ainda não descobriram  isso completamente, ou simplesmente já estão prontas para irradiar  e não o fazem. De certa forma, as pessoas nessas condições mesmo estando longe ou sem se conhecerem,  se reconhecem, em gestos, em palavras, no simples olhar, e no  trabalho do outro, quando é feito com um sentido. Um sentido que tudo une, que tudo liga.

As pessoas "diamantes" irradiam fazendo qualquer atividade, desenvolvendo qualquer profissão, mas trazendo aquilo que lhe é mais próprio, sua própria luz. E com o simples irradiar vão trazendo transformações para si mesmo, para o "outro" com quem interagem, para o que está ao seu redor, perto ou longe. Refletem o "diamante interno" no que fazem. Há cumplicidade e há uma conspiração tênue e cheia de sentido, para uma finalidade que transcende os meros sentidos humanos. Em silêncio e se descobrindo aos poucos, essas pessoas se encontram, ou não. Mas todas  sabem que as outras existem, cada uma com sua finalidade, em um dado sentido, e formam uma grande família humana.

As "pessoas diamantes" não são pessoas   influenciáveis, já atingiram um determinado grau de liberdade  e autonomia, e por isso respeitam a liberdade do outro e sua integridade, mas também não negociam a sua. Para elas, basta irradiar. Não é necessário "força", nem métodos estranhos, para lidar com  pessoas e com as coisas do mundo. Mas, para seguirem adiante, e sempre e quando for necessário, usarão flores e espadas. Antes de tentar "quebrar" um diamante é bom pensar que ele é muito duro, das matérias mais duras que existem. É carbono puro. Mas é  bom que se saiba, que as "pessoas diamantes" estão permanentemente abertas para aprender. 

As "pessoas diamantes" são necessárias à humanidade, a todos nós. Você caro leitor ou leitora, que está me lendo agora,  pode ser uma delas, e talvez ainda não saiba. Mas em todo caso é importante saber, que os "diamantes"  não passam pela vida de uma pessoa ou  pessoas à toa. Mesmo que seja de leve, há sempre alguém solicitando crescimento, compreensão, discernimento e amor. E o que vai  sendo acrescentado em nossas vidas, através dessas irradiações, é algo que não se esquece,  e que estará sempre presente em uma dimensão de eternidade.

É por isso que se diz :Os homens passam, as mulheres passam, tudo o mais passa, mas os diamantes ficam. Eles são para sempre. (rá, rá, rá, rá, rá, rá....)

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Verônica Maria Mapurunga de Miranda

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