Tom Jobim
É pau, é
pedra, é o fim do caminho
É um resto de
toco, é um pouco sozinho
É um caco de
vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é
a morte, é um laço, é o anzol
É peroba do
campo, é o nó da madeira
Caingá,
candeia, é o Matita Pereira
É madeira de
vento, tombo da ribanceira
É o mistério
profundo, é o queira ou não queira
É o vento
ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o
vão, festa da cumeeira
É a chuva
chovendo, é conversa ribeira
É o pé, é o
chão, é a marcha estradeira
Passarinho na
mão, pedra de atiradeira
É uma ave no
céu, é uma ave no chão
É um regato é
uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do
poço, é o fim do caminho
No rosto o
desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe,
é um prego, é uma conta, é um conto
É um pingo
pingado, é uma ponta, é um ponto
É um peixe, é
um gesto, é uma prata brilhando
É a luz
da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é
o dia, é o fim da picada
É a garrafa
de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto
da casa, é o corpo na cama
É o carro
enguiçado, é a lama, é a lama
(....................................................................)
É pau, é
pedra, é o fim do caminho
É um resto de
toco, é um pouco sozinho
São as águas
de março fechando o verão
É a promessa
de vida no teu coração.
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P.S. É chegando ou
é fechando? (rss...rss.). Tom, onde você estiver perdoe a
interpretação....Mas cantar é preciso....