TRANSITANDO EM NOVOS PARADIGMAS

ARTE E CRIATIVIDADE

TECENDO VIDA       

 

AQUI É UM ESPAÇO PARA REUNIR COMENTÁRIOS E REFLEXÕES QUE VENHO FAZENDO NO MUNDO VIRTUAL SOBRE ESSA QUESTÃO QUE SE INSCREVE NOS NOVOS PARADIGMAS E QUE DIZEM RESPEITO ÀS PRINCIPAIS MUDANÇAS DESTE SÉCULO QUE JÁ FORAM INICIADAS. A ARTE TRAZ A POSSIBILIDADE DA VIA SIMBÓLICA E DO DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE. O SÍMBOLO NOS PERMITE FAZER PONTES NAS NOSSAS PARTES FRAGMENTADAS E ADENTRAR NO AUTOCONHECIMENTO POR SER UMA LINGUAGEM CAPAZ DE COMUNICAÇÃO COM O INCONSCIENTE, QUE TRABALHA NA INTEGRAÇÃO DOS OPOSTOS  E POR ISSO TEM QUALIDADES TRANSCENDENTES. APRENDER A SIMBOLIZAR É UMA DAS TAREFAS DOS SERES HUMANOS NESTE SÉCULO, NECESSÁRIA PARA A INTEGRAÇÃO DO SER HUMANO.  A ARTE AJUDA A DESENVOLVER A CRIATIVIDADE E EM DETERMINADO NÍVEL AS CAPACIDADES DE CO-CRIAÇÃO, INDO ALÉM DA CRIAÇÃO SUBJETIVA,  SE RELIGANDO A PSIQUE OBJETIVA, AO SAGRADO E INSPIRANDO CAMINHOS. SÃO ARTIGOS DE OUTRAS SEÇÕES DO SITE, BEM COMO DE COMENTÁRIOS E REFLEXÕES REALIZADOS POR MIM NO ESPAÇO VIRTUAL E AQUI DESENVOLVIDOS SOBRE O TEMA.  VERONICA MARIA MAPURUNGA DE MIRANDA -16.06.2019

HUMORVIVENDO A PARTIR DA ALMA, DO COTIDIANO E CULTURA

 AQUI E ALI, FABULANDO

Tarte Tatin ou Fábula da Torta de Maçã Francesa (Veja mais arquivos)

Há tempos atrás fiz uma crônica sobre a maçã e minhas decepções na meninice com a primeira maçã que comi. Maçã, esse fruto do conhecimento. (Veja em: Maçã a Fruta do Conhecimento. http://www.veronicammiranda.com.br/maca.htm) É bem verdade que não conheceríamos a maçã e uma quantidade de outras frutas chegadas aqui, se não fosse por mãos de colonizadores e neo-colonizadores comerciais. No caso da maçã é um caso mais sério ainda, por ser uma fruta arquetípica e colocada na Bíblia como um fruto proibido, que desterrou Adão e sua descendência do paraíso, imagética e culturalmente entranhada em nossas mentes. A maçã simbolizava um conhecimento, sempre renegado porque da esfera da natureza e porque trazido por mãos femininas, que davam ouvidos às cobras. Para comer a maçã e adentrar nesse conhecimento não suportado em uma cultura patriarcal, da natureza e que nos levaria além do meramente humano, as religiões teriam que ser transgredidas. Ir contra a corrente necessita que estejamos prontos para enfrentar todos os males. Por isso se alguém não pode provar da maçã diretamente, que o faça em uma maravilhosa torta.

Aprendi uma que sempre fazia, me contentava, agradava a quantos dela provassem e até andei dando sua receita na internet... Para aqueles que não conheciam nenhuma. Mas houve quem não acertasse fazer a tal receita. Os entendedores entenderão, porém, que a melhor torta não pode nunca ter receita exata, pois é da relação com a massa, com o time e com as energias emanadas que partem de uma intuição profunda, que o processo alquímico dessa culinária delicada pode ir a bom termo. Foi pensando nisso que cheguei à história da famosa Tarte Tatin, para quem não sabe uma torta tradicional francesa, do Vale do Loire, que teve sua peculiar receita criada por acaso, no final do século XIX.

Já vi várias versões dessa história e como estou contando como fábula vou contar a que mais gosto. A história é a seguinte: As irmãs Tatin tinham um restaurante, em um Hotel que herdaram, simples, mas bem freqüentado pela qualidade da comida e principalmente pelas tortas de maçãs caramelizadas feitas na região. Em um dia de aperreio, com apenas uma das irmãs trabalhando, chegou um cliente, com o restaurante já quase fechando. Ainda houve tempo de fazer o atendimento de qualidade, mesmo com poucas condições de fazê-lo. Mas, ao término, quando a irmã Tatin ia fechar a conta do cliente, a surpresa: o cliente pediu encarecidamente uma sobremesa. E agora? Não havia mais nada, ela estava sozinha e sem condições. Mas não queria deixar o cliente sem o atendimento de qualidade, que era o “bom servir” conhecido do restaurante das irmãs Tatin.

Correu à cozinha e sem dizer não ao cliente, espavorida diante do fracasso de não poder fazer o serviço de qualidade, parou, respirou fundo e olhou em volta. E de repente viu umas maçãs frescas que tinham acabado de chegar e, logo em um insight e correndo contra o tempo, lembrou de um restante de massa de torta que havia sobrado. Como não havia tempo de fazer os processos das tortas de maçãs costumeiras, deitou as maçãs em uma forma, colocou a massa de torta grosseiramente por cima e levou ao forno. Não havia mais tempo para nada. Por fim, saiu uma torta diferente, que ela desejava com todas as forças e intuito de bem servir, que o cliente não reparasse.

Para sua surpresa, o cliente comeu a torta muito satisfeito. E no dia seguinte, quando ela já tinha esquecido o que lhe parecera um evento em que contra as regras teve que improvisar, o cliente reapareceu. Somente para comer daquela “deliciosa torta”. A satisfação do cliente com uma receita de improviso levou a torta para o cardápio e logo começaram a vir novos clientes somente para provar da deliciosa torta. E assim iniciou-se uma torta de tradição na culinária francesa.

Muitas vezes o desejo e intenção de bem servir, a boa energia de contribuir, mesmo que nem sempre haja condições adequadas, gera o melhor insight, o melhor resultado, que perdura e que flui. Nesses casos os acasos são importantes.
 

 

Veronica Maria Mapurunga de Miranda - 11.05. 2020


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