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Contando um Conto

 

A Terceira Pessoa  ou Conto de Natal

Peixinho Salvador                 

Começara a semana intrigada. Algo lhe faltava, mas nada concreto. Procurara em vão nos cômodos da casa, nas pessoas, essa ausência que queria se anunciar como presença.

Os dias pareciam infindáveis, passavam como meses. Vontade de comer peixinhos. Ou vontade de ser peixinho? E a semana ainda não terminara. Teria que completar um ciclo. Quantas luas, quantos dias, quantas vezes ao dormir, procurara debaixo do travesseiro, nas dobras da fronha, aquela ausência-presença inquietante.

Quantas vezes pensara que alguém alegre e luminoso chegaria de carruagem trazendo uma boa nova, o segredo, ou a magia que curaria todas as dúvidas, interrogações e medos?  E agora, simples e humilde, sem grande estardalhaços se acercava essa presença.

 Fora dormir cantando : é natal, é natal, já chegou natal! Via o Menino Jesus na manjedoura, uma promessa divina. A estrela, um caminho de luz para o(s) Rei (s) Mago(s). Dormira um sono inocente, mais quieto e mais plácido. Algo real e concreto estava acontecendo- uma presença. Seria a terceira pessoa?

Acordara, no dia seguinte cantando com Milton Nascimento, Djavan, Simone e tantos outros: Por tanto amor, por tanta emoção/ A vida me fez assim/ Doce ou atroz, manso ou feroz/ Eu salvador de mim.

Mas a letra correta não seria Eu caçador de mim? Já foi...Já foi. Hoje se fez a criação, e poder-se-ia dizer que já raiou a liberdade no horizonte do Brasil...

Como diria um Inconfidente Mineiro: Libertas quae sera tamen.

Verônica Maria Mapurunga de Miranda -  25/Novembro/1999


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