***Cronicando*** |
O Presente |
Algo que não se pode negar, que está na literatura, nos
cancioneiros, nas artes e expressões populares: professoras e principalmente a primeira
professora é uma segunda mãe. Isso quando aplicado ao universo masculino é muito mais
sério.
Quem não lembra da música do Ataulfo Alves : ...Que
saudade da professorinha, que me ensinou o bê-á-bá, onde andará Mariazinha meu
primeiro amor onde andará?
Fiquei
um pouco estupefata com esta declaração, pois nunca havia vazado nenhuma informação
nesse sentido, na época. Se fosse paixão de homem-mulher obviamente que teriam se
declarado. Veio-me, então, a constatação de que era paixão de professora mesmo. Ou
seja, paixão de segunda mãe. Pensei cá com os meus botões: Êta culturazinha
edípica! Pois tinha um agravante, nem eu fazia ainda o tipo de mãe, e nem eles eram
mais crianças.
Daí que passei a pensar mais seriamente nessas relações
perigosas. E digo perigosas porque com a mãe, em uma considerável quantidade de casos,
há um pai que limita seu pimpolho, e que lhe diz: Olhe rapaz, cresça e apareça!
Depois, conta pra ele uma estorinha do Édipo e Jocasta, pra ele saber o que acontece com
os filhos quando se apaixonam muito pela mãe.
Todas continham os cumprimentos, saudades e tantos outros
sentimentos que reforçavam a idéia da primeira professora como a segunda mãe. Mas a de
um colega quebrou o clima de sentimentos tão compenetrados e a classe explodiu em riso.
É que depois de todos os elogios à professora,
cumprimentos e de colocá-la em um altar, ele se lembrou do presente, que
ninguém mais tinha lembrado. Lendo sua redação muito compenetrado ele concluiu a carta: Da. Rosinha... O seu presente está contido no conteúdo desta carta. ---------------------------------------------------------------------------------------------- Ofereço estas mal traçadas linhas a todos os homens que tiveram professoras Jocastas quando crianças, e não souberam os riscos que corriam, e em especial para um amigo virtual que completa primaveras, lembrando que o seu presente está contido no conteúdo desta crônica. Verônica Maria Mapurunga de Miranda -21/outubro/2000 ------------------------------------------------------------------------------------------------ Aos psicólogos ou psicanalistas da rede, ou de plantão, que quiserem contribuir com essa questão delicada e profunda da nossa cultura pergunto: Qual a participação das professoras no Complexo de Édipo? |
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Aqui você me encontrará sempre com o cotidiano, com o prosaico, com o divertidamente humano, com o essencial que está presente em nossos encontros e desencontros do dia-a-dia. Aqui você me encontrará cronicando. |
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