TRANSITANDO EM NOVOS PARADIGMAS

FAMÍLIA, EDUCAÇÃO E CULTURA

(Novas abordagens)

 

AQUI É UM ESPAÇO PARA REUNIR COMENTÁRIOS E REFLEXÕES QUE VENHO FAZENDO NO MUNDO VIRTUAL SOBRE ESSA QUESTÃO QUE SE INSCREVE NOS NOVOS PARADIGMAS E QUE DIZEM RESPEITO ÀS PRINCIPAIS MUDANÇAS DESTE SÉCULO QUE JÁ FORAM INICIADAS. A FAMÍLIA, A EDUCAÇÃO E A CULTURA  SÃO TRÊS SISTEMAS EM QUE O INDIVÍDUO PARTICIPA E QUE VÊM SOFRENDO MUDANÇAS RADICAIS PARADIGMÁTICAS OU NECESSITANDO DELAS.   SÃO ARTIGOS DE OUTRAS SEÇÕES DO SITE, BEM COMO DE COMENTÁRIOS E REFLEXÕES AQUI DESENVOLVIDOS SOBRE O TEMA. VERONICA MARIA MAPURUNGA DE MIRANDA -27.10.2019


                                                                                         
CARA E COROA: OS TEMPOS DA COERÊNCIA
 

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“A política é parte da História e Cultura em seu sentido abrangente. Ela existe porque necessitamos atuar em coletividade, em representação, para melhor servir a todos e ao todo. Quando um sistema globalizado e uma civilização que caduca começam a ser colocados em ch(x)eque mate (dois sentidos: com ch nos extinguimos com x nos salvamos) temos que repensar suas praticas históricas, seus pressupostos e as mudanças necessárias no presente. A política a serviço da população e do planeta necessita de todos e de cada um. Para refletir. Veronica Maria Mapurunga de Miranda. (17.05. 2020)

 

Desde 2017, quando os astrólogos começaram a falar sobre o mercúrio retrógrado entrando em ação e influindo em tudo e em todos, o que em astrologia significa época de introspecção,  de retirada de máscaras e da busca da coerência, temos vivenciado muitos cataclismos: da  natureza, políticos, econômicos e pandêmicos. 

A questão de fundo não é que nós ainda estejamos no colonialismo e vamos chegar a algum lugar que é a Europa, por exemplo. Aqui relembrando o significado dos estudos sobre o capitalismo que coloca o capitalismo central e a periferia. Não temos que nos tornar centrais no capitalismo, mas temos que deixar de ser periferia sem querer ser centro de outra periferia. Em geral no sistema, os países de economia mais fortes replicam ou servem de trampolim entre países centrais e novas periferias. E temos que retomar o  ser humano como sujeito da História (agora quem é o sujeito da História é o Capital). Nesse sentido temos que mudar no mundo inteiro, quebrando o sistema onde estivermos e enfrentando os problemas que temos. E parece que apesar de vivermos uma realidade muito difícil com a pandemia COVID-19 e outras que estão sendo anunciadas, é parte dessa crise mundial quebrar esse sistema. Não acho que viver o que estamos vivendo seja bonzinho, mas poderia ser muito pior. Temos que nos centrar no que está acontecendo e tentar mudar a situação. Continuar com os velhos esquemas e valores, seja políticos, econômicos, ou culturais em dado sentido, não vai resolver nada. Precisamos MUDAR. Muitos já estão começando.

Um dos movimentos que até bem pouco tempo eram promissores em relação às mudanças da sociedade foram os “movimentos sociais”, que serviram de base nas duas últimas décadas no Brasil para se iniciar inúmeros debates sobre as mudanças culturais e sociais necessárias ao país, fazendo pontes com os movimentos de outros países da América do Sul e de outros países através dos Fóruns Sociais Mundiais. O problema das organizações civis é que as pessoas agora deram para cobrar resultados econômicos e políticos dos movimentos sociais, como se estes cumprissem funções de Estado. Se formos um pouquinho atrás na História bem recente no Brasil, veremos que os movimentos sociais nem existiam e começaram a existir de forma mais efetiva durante o governo do Fernando Henrique Cardoso, e acho que não por isso, mas pelo fato do próprio sistema ter apertado demais o cinto e ele começar com muitas privatizações. O advento do neoliberalismo acelerou a formação de várias organizações sociais e são notórias as do terceiro setor que passaram a substituir funções cumpridas anteriormente pelo Estado, de forma privada, realçando-se o fato de que a cassação dos direitos dos trabalhadores foi muito grande.

A mudança de século também entronizou boa parte da juventude e os políticos de esquerda, ainda não cooptados pelo sistema,  nas questões planetárias e de novos paradigmas. De fato, sempre esperamos que o que se chama de esquerda funcione em nível partidário, mas a estrutura política é perversa no sistema. E quando a esquerda começa bem, no fim já está toda vendida ao sistema e aí vamos perceber a dura realidade: Não é o Estado que administra o sistema, mas o sistema que administra o Estado.

Cobramos muito da população que não reage, mas é o peso de uma história de colonialismos e neocolonialismos no sistema capitalista e isso condiciona muito e dificulta, porque as pessoas na miséria aceitam qualquer coisa que venha e ainda agradecem. E com isso temos claro que o sujeito da história dentro dessa  racionalidade é o capital e não o ser humano. Somente quando o ser humano sair das alienações do capital e dele mesmo se tornará sujeito da história. Aqui e ali eu dou uma lembrada nessa história, nos artigos que escrevo. Em época de COVID, em que o sistema não pode ir a todo vapor é uma época para se pensar nisso. A alienação da natureza, a alienação de si mesmos, da própria consciência, torna as pessoas predadoras da natureza e nas suas relações econômicas, políticas, culturais e até afetivas.

 Quando eu penso que Marx ficou na miséria tentando fazer aqueles tomos do Capital, com a esperança de que iluminasse e esclarecesse as pessoas nesse sentido, tomado de uma missão até hoje difícil e vejo pessoas falando mal dele, sem nunca nem terem lido o que ele escreveu, a gente percebe o quanto algumas missões aqui na terra são difíceis. O Capitalismo é um sistema tão terrível de concentração e exclusão de riquezas que em geral se pensa que as pessoas de outros países "mais desenvolvidos" são mais desenvolvidas politicamente e têm mais consciência. E na verdade é só uma questão de polarização ou de quem está do lado em que o movimento do capital é realizado, acabando e eliminando a periferia que não contribui o suficiente para o seu movimento de concentração. É difícil explicar isso para muitas pessoas. E para fazer entender que para o planeta e para a humanidade se resolver e evoluir neste planeta é necessário encontrar formas de ir além do sistema, de criar novas formas de vida que quebre os seus parâmetros. Para fechar, o que eu quero dizer é que somente lutar por direitos coletivos dentro do sistema é continuar dentro dele. É necessário buscar novas formas de vida, começando por ter novas perspectivas e  fazer isso já mudando, como eu coloco em alguns artigos que escrevi, colocando em prática outras práticas.

Este pequeno artigo feito em Julho de 2020 ficou marinando em meus alfarrábios, arquivados por um tempo, como se ainda estivesse verde ou necessitasse de outros acontecimentos e entendimentos. E agora, vendo uma quantidade de questões que emergem e que trazem novos ventos para a política  fica mais claro que não podemos mudar somente com uma face, um lado da moeda, mas com as duas- cara e coroa- e isso significa necessidade de transparência e de acolher tudo aquilo que está emergindo na crise política, cultural e do sistema econômico.  As questões identitárias, por exemplo, que vêm surgindo nas duas últimas décadas são parte de um movimento maior que diz respeito à integração do ser humano, ou o desvelamento de tudo o que somos como seres individuais e coletivos e que se inscrevem nos problemas e configuração do sistema, quando vemos os problemas das migrações e da extinção em massa de pessoas, que estão se acelerando. Eles têm tido peso nas eleições dos Estados Unidos, por exemplo, e ao não ser enfrentado no Brasil e ter posições de pessoas de esquerda à direita que cultuam o silêncio, ou a velha posição de que “não existe porque não acontece comigo” explode em formas violentas contra as minorias culturais, que por sua vez acabam revidando.

A questão identitária, que busca revelar todas as faces é, por isso, uma questão cultural séria e importante e uma questão eminentemente política, nos novos moldes que a política ensaia para as transformações necessárias.

Não sairemos desse sistema sem uma transformação que venha “de dentro”. Os tempos da coerência exigem isso.

Dando continuidade aos tempos da coerência e aquilo que emerge como necessidade de transparência para as mudanças que se anunciam e que são necessárias no planeta e no país, recoloco aqui dois comentários que fiz na internet (um em minha página pessoal do facebook e outro na página pessoal da historiadora Lília Schwarcz sobre uma entrevista que ela deu no programa Roda Viva. Ultimamente esta questão tem se inflamado com o caso do “estupro culposo” e o assassinato de um homem negro por seguranças da rede de supermercardos Carrefour.  A importância disso é que há uma crítica, inclusive por pessoas consideradas de esquerda, de que esses movimentos identitários atrapalham a política e até que, esses dois casos que mobilizaram o país e as redes sociais não deveriam ser tomados como questão de gênero e feminista ou de negritude.  De fato, talvez atrapalhe a polarização da política. Mas a política também muda e talvez tenhamos que ensaiar uma mudança muito grande nesse âmbito, considerando todas as outras mudanças que ocorrerão neste século. A seguir os textos e comentários.

 

E POR FALAR EM MINORIAS E MOVIMENTOS IDENTITÁRIOS...

 

Quem não faz parte das minorias que são maiorias  e não tem sensibilidade para o outro (desculpe mas essa é a verdade nua e crua) em geral esquece que a sociedade e a cultura  são permeadas por relações de poder e a única forma de saber essas questões é sendo parte dessa minoria que  chamam de identitárias  ou criando sensibilidade para a questão. A atual política que renega as questões que denominam de identitárias é uma política obsoleta e que não serve mais para construir  sociedades minimamente fraternas e com liberdade. É necessário sair dos escaninhos das políticas retrógradas em que estão metidos muitos setores esquerdistas e direitistas. Vamos denominar de política aqui, não somente o que dizem os candidatos políticos em eleições partidárias, mas sobretudo como eles atuam depois de eleitos e como a sociedade age e reage no quesito "cidadania". Como cantam Marisa Monte e os Tribalistas em COMIDA:

"a gente não quer só comer,

a gente quer comer e quer fazer amor.

a gente não quer só comer,

a gente quer prazer pra aliviar a dor.

a gente não quer só dinheiro,

a gente quer dinheiro e felicidade.

a gente não quer só dinheiro,

a gente quer inteiro e não pela metade."

Um antropólogo, meu conhecido, um dia resolveu se fantasiar de mulher e  passar um dia andando pelas ruas.  Passou alguns dias nessa história e ficou horrorizado com o que viveu durante esses dias, porque como não era mulher, nunca tinha recebido desde criança as interdições que as mulheres recebem desde cedo para saber como se comportar nas ruas, para não serem assediadas, agredidas e tomando os devidos cuidados para não passar por determinados lugares, não dá conversa para qualquer um e uma lista maior de coisas que têm que aprender desde cedo, para sobreviver ao andar nas ruas. E isso ainda não tem sido suficiente. Com essa experiência, o antropólogo meu conhecido mudou completamente seu ponto de vista.

  Aquele médico famoso, que trabalha nas prisões, Dráuzio Varella, disse que o único lugar onde as mulheres têm liberdade é na prisão, porque às 7 horas da noite, nem sua filha, nem sua mulher vão até a farmácia da esquina sozinhas comprar um remédio, porque podem ser violentadas. Isso em São Paulo, mas ocorre em qualquer cidade grande brasileira e está ficando perigoso nas pequenas. Um homem não pensa duas vezes em sair, se necessitar  ir à farmácia à noite comprar o remédio. Ele pode até ser assaltado, mas dificilmente violentado. E se conversarmos com os negros e outras minorias eles vão falar de todas as interdições que têm e como não têm liberdade nessa sociedade e nessa cultura, assim como as mulheres. Um homem sensível às questões femininas colocou em um vídeo na internet que nenhum homem se sente com medo de ser violentado quando está sozinho no meio de várias mulheres, mas uma mulher fica sempre temerosa quando está sozinha no meio de vários homens, na sociedade em que vivemos. Então, é uma questão central e vital debater as questões relativas às minorias denominadas de identitárias. Não podemos criar outra civilização, outra sociedade, verdadeira humanidade sem liberdade de ser, estar e viver por parte das mulheres e minorias culturais.

As mulheres, os negros e os indígenas, os homossexuais e transexuais atualmente morrem assassinados por serem o que são.

 Veronica Maria Mapurunga de Miranda 28.11.2020

 

  Em relação à questão de gênero e do sistema patriarcal é digno de nota,  já que teve amplo acolhimento pelas redes sociais e noticiários do país, o caso do "estupro culposo" de uma mulher, que logo passou a ser questionado por uma boa parte de pessoas, por ela ser uma "hostess".  Além de criar precedentes jurídicos que prejudicam outras mulheres que entrarem em juízo por questões de violência sexual, com uma figura jurídica inexistente, o fato mostrou o machismo, a dupla moral, os preconceitos existentes e um Estado violento com as mulheres, por acatar esse tipo de defesa do estuprador. Alguém me disse: Você sabe o que faz uma hostess ? Para justificar a ação do estuprador. Eu não sabia e fui buscar na internet e lá vi que era um cargo de recepcionista que pode ser ocupado por homens e mulheres. Mas no caso das mulheres dizem que elas fazem programas com os clientes. Assim como os homens hostess, que nesse caso também devem fazer programas, fica a questão de que são adultos e fazem o que quiserem, mas não podem sofrer violências. E aqui reside exatamente a dupla moral: Homem pode, mas mulher não. Se fizer, "joga a pedra na Geni" e pode ser violentada. Isso é humanamente incorreto e contra os direitos constitucionais do país. Serve,entretanto para mostrar como as questões de gênero e identitárias são importantes no questionamento do sistema patriarcal. Mesmo que uma hostess torne-se uma prostituta não podemos esquecer que a prostituição é uma relação que envolve as duas pessoas. Quem paga não é melhor do que quem vende o corpo e isso não justifica um estupro. São duas coisas diferentes.

 

 Texto 2 : Comentário sobre entrevista  de Lilia Schwarcz no Programa Roda Viva

O comentário foi realizado porque uma jornalista perguntou o que ela achava de pessoas brancas estarem questionando a “branquitude”.

       “(...) Uma entrevista muito boa. Gostaria, contudo, de chamar a atenção para um aspecto da questão colocada sobre a "branquitude" e os questionamentos feitos por pessoas brancas sobre a "branquitude", colocada por uma das entrevistadoras. A sua resposta, talvez pelo pouco tempo não pode ser aprofundada. E de certa forma existem os limites do que eu chamo "história formal". Desculpe se assim me refiro porque academicamente se segue determinadas posições que são formais em relação à questão, de acordo com fontes como IBGE e outras ou por uma análise que diz que há negros, brancos e indígenas, seja pela cor da pele ou pela posição e status social, que faz as pessoas esquecerem certos detalhes. De fato, e já dizia o geógrafo Milton Santos quando tratava essas questões, que essa questão racial seria em um futuro muito mais complicada de trabalhar naqueles considerados brancos, do que nos que tinham origem e cor e cultura claramente negras. De fato, por um viés dessa História que eu chamo de formal consideramos a cor da pele e o status social e econômico e esquecemos a herança filogenética, que hoje já está sendo considerada em outras áreas como psicologia e psicologia da cultura.

“Por essas heranças não somos brancos e a divisão interna, ou conflito, como queira chamar, entre os vários eus que não se aceitam é o que gera o incômodo e a pressão. Chega um tempo em que temos que enfrentar nossas raízes, nossas ancestralidades, em saber tudo o que somos como ser pessoal e coletivo, da cultura. E nessa hora deixamos a história formal e percebemos que somos mestiços, mal miscigenados e que temos que honrar tudo o que somos. Sou historiadora (mas não unicamente) e tenho trabalhado com essas questões e chegado a entender a veracidade das palavras de Milton Santos: Aquilo que parecia branco, de fato não é. E o que parecia mestiço, de fato, tem o branco, o negro, o indígena, o cafuso e tantas outras misturas que têm identidade própria e que necessitam ser entendidas e acolhidas.”

“Essa é a pressão, que nos remete aos primórdios da miscigenação. E ela ficará mais forte, na medida em que historicamente vivemos um século de integração. O ser humano está se integrando, buscando suas multitudes, relacionando-as e nós somos mestiços bem fragmentados. As multitudes estão fora também, como a história gosta e precisa para comprová-las, mas só podem ser entendidas verdadeiramente a partir de dentro. A História tem que ser reimaginada e sair das formalidades, voltando a ser uma mãe das ciências sociais e mais livre de conceitos formais, para poder entender e dar conta disso. A pressão sobre a "branquitude" não vem de fora, vem de dentro, do inconsciente coletivo e dos substratos culturais em revolução. É uma necessidade coletiva d@ "brasileir@ se recolocar em sua cultura. Venho trabalhando ou ventilando há algum tempo em meu site www.veronicammiranda.com.br essas questões e fico contente de saber que mesmo com outras perspectivas esse tema está sendo trabalhado por mais alguém.” (Comentário em 13.09.2020).

Para finalizar o tema é necessário entender que as questões identitárias não são questões particulares ou de algum grupo social, mas de toda a sociedade. O preconceito racial ou de gênero e as decorrências disso, ainda que graves e até dolorosos para quem os vive é somente a ponta do iceberg da questão, que é muito mais profunda. Daí que a pergunta sobre os brancos questionarem a branquitude significa uma polarização, que mostra como a sociedade é dividida e fragmentada por todos os lados, pois qualquer pessoa tem o direito de se manifestar sobre a questão e ter consciência de que todos portam essa dificuldade, de convivência interna com todas as suas raças e todos os seus eus mal miscigenados e não integrados. Somente quando pudermos sentir todos esses outros em nós podemos construir um mundo melhor, mais fluido e com mais dialogicidade. É natural que ao abrir as cortinas do passado as pessoas deixam à mostra suas feridas e com elas a sensibilidade das pessoas também é aumentada, mas em uma visão mais profunda  a questão racial e de gênero, ainda que não se perceba, recai sobre todos direta ou indiretamente. E em época de retirada de máscaras não há como fugir delas. É uma questão de todos e por isso o debate deve ser aberto. E a política pode cumprir sua parte nesse todo.

       Verônica Maria Mapurunga de Miranda -12 de julho de 2020- 29.11.2020

    

 

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