TRANSITANDO EM NOVOS PARADIGMAS

 A NOVA CONSCIÊNCIA, A ESPIRITUALIDADE E O SAGRADO

AQUI É UM ESPAÇO PARA REUNIR COMENTÁRIOS E REFLEXÕES QUE VENHO FAZENDO NO MUNDO VIRTUAL SOBRE ESSA QUESTÃO DA NOVA CONSCIÊNCIA E DO SAGRADO, QUE RETORNA COMO UM NOVO PARADIGMA, EM OUTRO CONCEITO DE ESPIRITUALIDADE E QUE DIZ RESPEITO ÀS PRINCIPAIS MUDANÇAS DESTE SÉCULO, QUE JÁ FORAM INICIADAS. A NOVA CONSCIÊNCIA, A ESPIRITUALIDADE E O SAGRADO SERÃO TRATADOS EM ARTIGOS DE OUTRAS SEÇÕES DO SITE, BEM COMO EM\ COMENTÁRIOS E REFLEXÕES AQUI DESENVOLVIDOS SOBRE O TEMA. - VERONICA MARIA MAPURUNGA DE MIRANDA -18.08.2019 -    


QUESTIONAR A SI, À SOCIEDADE E À CULTURA É UMA ATITUDE ESPIRITUAL

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“Quando você abre um jornal, lê um livro, escuta o rádio ou vê televisão, está sendo influenciado, conscientemente ou inconscientemente. Toda a sua educação consiste numa série de influências e diretrizes, e, com tal condicionamento, como pode ser possível ver um fato como fato? Claro que você não pode. Portanto, você tem de começar por compreender a influência.
É possível ficar livre de influências? Você só pode fazer essa pergunta quando percebe que é influenciado, nunca antes. Provavelmente você está sendo influenciado agora pelo orador. Se estiver, então você não está olhando para o fato. Se, por causa de o orador ter certa reputação, você estiver aceitando o que ele diz, obviamente você está sendo influenciado. Essa é a natureza da propaganda - e nós não estamos fazendo propaganda aqui. Ou você vê por si mesmo o que é verdadeiro, ou você não o vê. Isso é com você. Não é minha intenção influenciar você, mas tudo na vida é uma influência.
Para ter consciência dessas inumeráveis influências, compreendê-las e ficar livre delas, a pessoa precisa sacudir o embotamento, a letargia que se instalou na mente - e a maioria de nós não quer fazer isso. A maioria de nós está confortavelmente estabelecida na vida. Somos católicos, protestantes, comunistas - vocês conhecem as muitas coisas às quais nos apegamos: nossa nacionalidade, nossas divisões de classe, e todo o resto. Estamos bem instalados no conforto de uma mente estagnada, e estamos satisfeitos. Só sabemos dizer sim; aceitamos e nunca questionamos.
Portanto, é preciso ter consciência das muitas influências, apenas estar atento a elas, em vez de dizer: "Sou a favor disso e contra aquilo."
— Jiddu Krishnamurti

 

Essa é uma das grandes diferenças do filósofo Krishnamurti, com muitos ou quase todos os religiosos que falam somente de concordância e aceitação. Mesmo incluindo a atitude religiosa, que para ele é uma mudança do estado de consciência, a primeira e única possibilidade de ver a realidade sem muitos véus é questioná-la, é questionar todos os condicionamentos sociais e culturais e a nós mesmos, que os portamos desde cedo e estamos abertos a eles e suas influências desde sempre.

Muitas vezes dizemos que falamos segundo nossas convicções, mas nossas convicções são também condicionadas desde cedo. Descobrir isso é começar a descobrir-se. Quando fazemos isso, o fazemos depois também em relação à cultura e à medida que nos transformamos em consciência fazemos, também, algo em nossos "alrededores "(entorno).

Essa nossa ligação com a cultura e também com a natureza nos faz permanentemente transitar entre o autoconhecimento e o conhecimento da cultura. A atitude de observar tendo retirado os véus dos condicionamentos nos faz apreender melhor, e sempre crescendo, a cultura em que estamos e ajudando-a a se transformar enquanto nos transformamos.

Nisso ele se encontra com Carl Gustav Jung, da psicologia do inconsciente, que coloca na individuação do ser humano, a possibilidade dessa diferenciação do coletivo, dos condicionamentos para poder ter outra conexão consigo mesmo e com o todo. Algumas dessas questões sobre a cultura e os condicionamentos vêm sendo colocadas por muitos pensadores desde a década de 60 do século passado, por historiadores que trabalham com o fato, mas não com tanta profundidade, já que temos neste século que transcender um éon, ou mais de 2000 anos de história, para dar um salto de consciência. Várias pessoas no mundo inteiro já estão estreando essa nova forma e buscando criar ambientes capazes de fazê-lo.

É necessário se autoconhecer, pelo menos o suficiente, para adquirir responsabilidade com seu próprio processo e com aquele que se desenrola em torno de nossos olhos e visão e que muitas vezes muitos não percebem. Krishnamurti viveu para essa responsabilidade como um propósito de vida e, assim como Jung, trabalhava a espiritualidade como um estado de consciência e a necessidade de sua expansão.

Quando "aprendemos a aprender" podemos ressignificar em nós e em nossas atividades aquilo que outros trouxeram de importante e que serve a muitos, mesmo entendendo que cada vida é única e cada propósito de vida também. E assim aquilo que aprendemos se redefine para uma totalidade que comunga com os outros, mas mostra o seu papel único e intransferível nesse todo. Nesse sentido a importância não é ser famoso, mas SER.

Dessa forma todos aqueles que trabalham, seja em um determinado nível de aceitação, que é de conexão profunda, seja os que questionam nesse sentido, podem conviver em uma horizontalidade e respeito. Para isso é necessário ter amplitude e compreensão de suas próprias tarefas e propósitos. Às vezes o caminho que se faz não é somente o caminho do sofrimento, mesmo que ele se inclua, mas o caminho necessário, que precisa ser trilhado. E isso somente cada um sabe. Questionar sempre, nem que seja a si mesmo é, pois, necessário.

Veronica Maria Mapurunga de Miranda. 14.06.2019

 


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