TRANSITANDO EM NOVOS PARADIGMAS

A EMERGÊNCIA

    DA

     NATUREZA

 

(Na História, na Espiritualidade, no Estilo de Vida). 

 

AQUI É UM ESPAÇO PARA REUNIR COMENTÁRIOS E REFLEXÕES QUE VENHO FAZENDO NO MUNDO VIRTUAL SOBRE ESSA QUESTÃO QUE SE INSCREVE NOS NOVOS PARADIGMAS E QUE DIZEM RESPEITO ÀS PRINCIPAIS MUDANÇAS DESTE SÉCULO QUE JÁ FORAM INICIADAS. UMA DAS GRANDES QUESTÕES DESTE SÉCULO, DIANTE DA CRISE CLIMÁTICA, DA DEPREDAÇÃO DO MEIO AMBIENTE,  E DA ENTRADA DO PLANETA EM UMA ERA CÓSMICA É A EMERGÊNCIA DA NATUREZA NA  HISTÓRIA, NA ESPIRITUALIDADE E NO ESTILO DE VIDA. SÃO ARTIGOS DE OUTRAS SEÇÕES DO SITE, BEM COMO DE COMENTÁRIOS E REFLEXÕES REALIZADOS POR MIM NO ESPAÇO VIRTUAL E AQUI DESENVOLVIDOS SOBRE O TEMA.

   - VERONICA MARIA MAPURUNGA DE MIRANDA -16.06.2019


CORONELISMO VÍRUS E A EMERGÊNCIA DAS MAZELAS DA HUMANIDADE

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“É importante entender que a cultura não está dissociada de nossas vidas. E à medida em que nos debruçamos sobre a crise global e iniciemos outras práticas, estaremos transformando a cultura para aquilo que é necessário e que está sendo solicitado pelo novo ciclo da natureza e do planeta terra. Enquanto nos transformamos em nossas práticas estamos criando uma nova cultura, que é de todos. Verônica Maria Mapurunga de Miranda.11. 07. 2020

Há uns dois dias atrás estava um pouco longe da tv e escutei de longe: Temos que acabar com o coronelismo. E eu fiquei arrepiada e pensei: Será que chegamos mesmo a essa época. Que virada da humanidade! Saí para a tv correndo, toda animada, e estavam falando, na verdade, do coronavírus. Era, como lembrou um amigo, coronalismo. Eu fiquei um pouco decepcionada, pois meus ouvidos estão denunciando outras coisas. Mas quem sabe o coronavírus nos faça refletir também sobre o tal coronelismo. Uma pandemia sempre deixa as pessoas fora dos parâmetros e isso nunca é mal. Na verdade, falando de coronelismo temos todos os sintomas de um "colonialismo retrógrado" que é histórico, mas é também astrológico. Rss...

E é interessante ver como uma pandemia mundial suscita todos os temas que precisamos debater como humanidade neste ano (2020) de muita mutação e passagem. É necessário nos colocarmos na idéia de movimento para não querer as mesmas atitudes de governantes, religiosos, diante de uma questão que envolve a população do planeta. Essas ocorrências exigem posturas e atitudes novas e rápidas.

Quando líamos sobre a peste negra, sempre ficávamos com a idéia de que isso foi há muito tempo, em uma Europa que não conhecia penicilina, antibióticos e por aí vai. Mas as histórias dos vírus vem nos mostrando que muitos deles são incontroláveis. E enquanto a ciência avança e descobre remédios para alguns, outros surgem e nos questionam de todas as formas: Sobre o nosso modo de vida, as formas de poder econômico e político, a separatividade e a falta de conhecimento profundo de nossas próprias naturezas. Somos todos responsáveis por tecer um tecido de vida, que é o de todos. Cada um com sua missão, com sua tarefa própria. Um olhar mais objetivo sobre essa situação no planeta veria que tudo aquilo que afeta alguns tende a afetar os outros, o entorno.

Nós temos uma quantidade de estruturas velhas, arcaicas, desde as político-econômicas até religiosas, que dificultam as mudanças que estão acontecendo no nosso planeta. Fluir para um outro patamar de existência exige que possamos viver de formas mais harmônicas, menos desiguais e competitivas. Na História os grandes conflitos de guerra, as guerras mundiais de alguma forma mudaram o mapa do planeta. As guerras religiosas também. Cada vez mais as pessoas de continentes e países diferentes estão mais próximas e isso significa um nível de interação, comunicação, informação muito grandes, para o bem ou para o mal.

Há um tempo atrás conversando com um sociólogo notável que estudava essas relações dos sistemas, comentávamos as possibilidades de um sistema e até uma civilização "craquelar", de repente. Algumas civilizações antigas na América foram exterminadas pela seca e pela dificuldade de ser maior do que a catástrofe  que os assolava. O não ter uma resposta diante da força da natureza. Isso ocorre também politicamente, quando as contradições são muito fortes em um sistema e de repente ele se quebra e emergem novas forças políticas. Se pensamos na revolução francesa, que aparentemente trouxe muita destruição na época que iniciou, mas trouxe conseqüências muito grandes para o mundo ocidental,  desde mudanças de pensamento até mudanças políticas radicais e econômicas, podemos imaginar que isso pode acontecer enquanto vivemos. A economia já começou a mudar de eixo, mas existe muita resistência dos detentores do poder econômico e político.

Acresce-se a isso a mudança de uma pré-espiritualidade, como colocada por Edgar Morin, para a espiritualização do planeta, da humanidade, para novos patamares de consciência. Esse não é um processo fácil e simples, mas está acontecendo. Estamos em uma época de grandes quebras e mudanças. E elas vão ocorrer de qualquer forma. É como um terremoto. As fissuras já existem e vão tornando-se rachaduras graves e aí o terremoto ou a quebra das estruturas acontece.

Aquelas estruturas pesadas arquetípicas, religiosas e com poder temporal muito forte, como a da Igreja Católica, por exemplo, estão todas sendo questionadas e criando-se suas próprias contradições dentro da própria igreja. Ela está sendo questionada principalmente de dentro para fora. Algumas vezes vemos críticas de pessoas que nem são da Igreja, reclamando de que não questionamos outras religiões. De fato, todas as religiões que têm preceitos rígidos e dogmas serão questionadas, mas as outras religiões não têm a força política e o poder temporal equivalente à Igreja. Principalmente se falamos das Américas e sua história, vemos o quanto ela foi importante e influente na configuração político-religiosa e arquetípica da cultura em nossos países. Que as pessoas leiam um pouco de história para entender  que não há perseguição religiosa a ninguém. Quando analisamos a realidade com objetividade, isso não significa somente opinião própria, mas também o conhecimento histórico, político, antropológico dessa realidade. Não podemos esquecer, mesmo que tenha havido miscigenação e sincretismo religioso, que a Igreja constituiu uma espinha dorsal do poder político e das várias constituições dos países sul americanos, enquanto Estado, mesmo que no Brasil tenha havido uma "questão religiosa" que separou a Igreja do Estado. Mas ela continuou muito forte e como um poder político paralelo, com muita ascendência na cultura e sociedade. Na Europa a Igreja já perdeu bastante terreno e existem muitas divergências quanto à sua condução. A Igreja não é um bloco e está cheia de seitas, correntes diferentes, oposições e suas próprias contradições. E é a própria religião e instituição que está fazendo seu movimento de entropia. Todo nosso respeito merecem as pessoas, que a partir dela ainda lutam por uma fé religiosa, mas a direção dos ventos e dos tempos estão simplesmente nos dizendo que vivemos nova época de espiritualidade e os templos, em vez de serem lugares físicos, serão os nossos próprios corações. É necessário estarmos atentos para essas mudanças.

Dessa forma, as muitas críticas que estão sendo feitas ao Papa Francisco, nessa conjuntura de corona vírus, necessitam de mais objetividade. Dizem que ele fechou as fronteiras do vaticano e se retirou com medo do corona vírus. Ele é um chefe de Estado e tem que zelar pela população e a Igreja tem que zelar por sua saúde, porque ele é autoridade máxima da Igreja e é de grupo de risco. Fechar as fronteiras dos países pode significar um problema econômico, mas evita a disseminação da doença. Viajar para a Europa não é bom, pois lá está grande risco de contaminação. E é necessário tomar medidas rápidas. Esperamos que os chefes de Estado da América do Sul façam o mesmo. Isso é diferente de política de imigração. Uma pandemia tem que ser contida. E esperamos que isso nos ajude a refletir sobre o que significa o mundo global e todas as experiências da natureza atuais, que nos mostram como estamos cada vez mais próximos, mesmo que não queiramos e que nos dizem que somos participantes de uma mesma nave, que singra pelo cosmos, mas que somos parte dela e com ela e todos precisamos entrar em ressonância. Todo o sistema planetário está sendo revirado, porque também esgotado pelas atitudes dos humanos que são contrárias à natureza, que também é parte nossa. O sistema econômico vigente e global esgota os recursos da natureza e fere seus princípios e leis básicas. Ou vivemos em harmonia com ela e com todos ou vamos continuar "craquelando".

Veronica Maria Mapurunga de Miranda - 18.03.2020


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