TRANSITANDO EM NOVOS PARADIGMAS

FAMÍLIA, EDUCAÇÃO E CULTURA

(Novas abordagens)

 

AQUI É UM ESPAÇO PARA REUNIR COMENTÁRIOS E REFLEXÕES QUE VENHO FAZENDO NO MUNDO VIRTUAL SOBRE ESSA QUESTÃO QUE SE INSCREVE NOS NOVOS PARADIGMAS E QUE DIZEM RESPEITO ÀS PRINCIPAIS MUDANÇAS DESTE SÉCULO QUE JÁ FORAM INICIADAS. A FAMÍLIA, A EDUCAÇÃO E A CULTURA  SÃO TRÊS SISTEMAS EM QUE O INDIVÍDUO PARTICIPA E QUE VÊM SOFRENDO MUDANÇAS RADICAIS PARADIGMÁTICAS OU NECESSITANDO DELAS.   SÃO ARTIGOS DE OUTRAS SEÇÕES DO SITE, BEM COMO DE COMENTÁRIOS E REFLEXÕES AQUI DESENVOLVIDOS SOBRE O TEMA. VERONICA MARIA MAPURUNGA DE MIRANDA -27.10.2019


REFLEXÕES SOBRE O MITOLOGEMA DE JOSÉ DA BÍBLIA(JOSÉ DO EGITO)

CLIQUE PARA VER MAIS ARQUIVOS

 

Cada pessoa é única, quando descobrimos a nossa verdade. E aí quando tentamos excluir alguém de um sistema, aquilo que a pessoa é e representa no sistema vai fazer falta. Mesmo não sendo reconhecida enquanto viva, porque existem famílias com disfunções no sistema e às vezes a pressão do sistema disfuncional é grande e a pessoa se mata, somente quando morre é que as pessoas da família doente vão conseguir apreciar suas qualidades e a importância dela no sistema familiar. Mas depois de tudo, lamentando não ter aproveitado bem tudo o que a pessoa tinha para oferecer e enriquecer a família. A pessoa que é excluída de um sistema por uma constelação da sombra, é alguém que porta algo que a família necessita para sair de sua disfuncionalidade. A resistência em aceitar o membro que a família luta para excluir, mostra exatamente que a sombra da família, com os complexos do sistema, está ativada. E as pessoas tornam-se cruéis, perversas e persecutórias com aquele membro familiar. Não lhe dão a palavra, não dialogam, caluniam, impõem os veredictos familiares sombrios e passam como um trator sobre seus direitos.

Revendo a história de José na Bíblia, sua túnica, que era o motivo aparente da disputa familiar, não serviu em nenhum dos irmãos depois que o excluíram, simulando sua morte. Porque cada um com seu propósito. E aquilo que José veio fazer não podia ser feito por outros. A túnica significava isso. De fato, foi José quem depois salvou a família. Estamos todos aqui com um propósito e se em vez de ficar disputando poderes e lugares cada um olhasse para si mesmo, profundamente, e encontrasse seu verdadeiro propósito aqui na terra, não necessitaria excluir, querer tomar aquilo que é do outro e seus direitos, encher o coração de ódio contra ninguém, nem fazer crueldades e perversidades, falsidades e traições. Todas essas ocorrências mostram como a família que o faz está atolada nas sombras.

Por outro lado, vemos também na história de José que depois do ocorrido, de simularem sua morte para o pai e o venderem como escravo, as famílias do grupo começaram a se destruir. E isso sabemos é a lei do retorno e essa lei dentro de um sistema ainda é mais forte. Não é possível destruir a vida e propósito de alguém e continuar ileso. Procure ver aquilo que é mais precioso para si, porque poderá perdê-lo."Tudo o que você faz um dia volta pra você." Lei espiritual de Causa e Efeito vigente no Planeta Terra. As pessoas lêem a Bíblia, se dizem religiosas, mas não conseguem aprender as mensagens e lições.

Depois, quando conseguem realmente matar a pessoa que querem excluir da família, dos seus direitos, etc, (a sombra constelada inconscientemente faz isso: leva a destruição do membro do sistema que querem excluir) fica a culpa no sistema, reverberando na vida de todos. E é difícil curar essa culpa, esse remorso. Somente o amor verdadeiro é capaz de realizar essa cura do sistema familiar. Somente o reconhecimento legítimo do lugar do outro no sistema, que é considerado o outro por portar um conhecimento e/ou algo que é novo e a família resiste é possível sair da sombra constelada (Veronica Maria Mapurunga de Miranda). 11.08.2021

P.S. Apesar disso e independente disso estamos aqui para florescer e nos ajudar todos a realizar nossos propósitos.

 

COMENTÁRIOS DO TEXTO OU A DIFERENÇA ENTRE URUBU E CONDOR 

Este artigo foi escrito em meu face pessoal e respondendo às perguntas  de um amigo do face que considerou o tema estranho e perguntou se era uma questão pessoal teci o seguinte comentário: O texto não é diretamente sobre minha pessoa (É muito raro eu escrever sobre a minha pessoa). Porque esses mitologemas de José e outros, que aparecem na Bíblia, em contos de fadas e mitos eles giram sobre um tipo de família que todos temos (neste caso eu e você podemos estar incluídos), com mais ou menos acentuações da questão. Famílias que vieram de uma colonização e tantas misturas, e que em muitos lugares são clãs, como as famílias brasileiras e latino-americanas, de origens desencontradas, como em Cem Anos de Solidão, em uma época de mudanças drásticas e profundas, começam a mostrar a disfuncionalidade.

Milton Santos dizia que para as famílias descendentes da colonização no Brasil, aquelas que se consideravam brancas (que na verdade são mestiças) seria muito mais difícil trabalhar as questões da integração. Quando falo da integração, falo da integração interna, que aparece na atualidade como uma necessidade. Muita gente entrando em crise sem nem saber por quê. Muita gente com ódio do outro, ódio projetado, sem nem saber por quê. Esses sentimentos e atuações estranhas ( E só por isso é um tema estranho, porque ele está na ordem do dia), que de repente começa a desestruturar famílias é o mesmo movimento que está desestruturando o Estado em um nível macro. (Poderíamos incluir também os impérios, como os das comunicações).

As relações precisam mudar e as pessoas fixadas nos nós enrustidos são tomadas pelos complexos culturais, familiares. As sombras são consteladas e as pessoas atuam de forma completamente irracional. Porque os mestiços, que somos praticamente todos os brasileiros (outro dia tinha uma atriz negra com muita raiva porque tinha feito o exame de DNA para saber suas origens e tinha um branco no meio da história) portam em si uma diversidade que necessita integrar e isso significa aceitar suas raízes, conviver com todas elas, especialmente com aquelas que não gosta, porque aquelas que não se gosta tornam-se demônios internos e são projetados no outro que está mais perto e em princípio está vulnerável, ou não tem como se defender. Estou falando de algo que é coletivo.

Então os que não são mestiços é uma minoria. Mas de qualquer forma assumir tudo o que se é gera ódio, principalmente para aquelas pessoas que não se autoconhecem, que não saíram de sua unilateralidade e não sabem compreender o que ocorre consigo. As famílias religiosas cristãs repetem muito esses mitologemas. No caso de José era uma túnica que simbolizava muita coisa, era o pomo da discórdia. Em cada família existe o próprio símbolo, mas interessante observar que a pessoa de José trazia aquilo que era novo e que o sistema familiar (ou parte dele) resistia. Aí se constelou a sombra do sistema e de forma irracional fizeram coisas absurdas com o José. É um mitologema muito interessante. Eu lembrei porque estive vendo umas lives de constelação de arquétipos e complexos em Jung, e tinha um post de uma amiga do face sobre a questão. Juntou as duas coisas e gerou esse comentário. Acho um tema muito oportuno, na conjuntura que vivemos e esse mitologema ajuda bastante a refletir. Para mim esses temas não são estranhos. Eu lido bastante com essa questão simbólica e temos que aprender a simbolizar para desatar os nós. É época de desatar os nós, senão gerarão muitos conflitos e ódios. E precisamos de amor e de fluir para irmos adiante. Espero que sua curiosidade esteja satisfeita. Convido você e a quem mais quiser a adentrar nesses temas que parecem estranhos, mas vão se tornar conhecidos. Quem viver verá. kkk...

Completando, por último mas não de menor importância,  eu nunca falo sobre a vida pessoal de ninguém nos meus textos. São sempre situações genéricas, mas partes da cultura. É um trabalho que visa trabalhar e transcender as sombras. E essa é a diferença entre um condor e um urubu. Algumas pessoas se comportam como urubus, que querem á todo custo buscar carniça, revolver e estripar a vida dos outros e estragar o tecido social e da cultura. Pessoas que gostam de esgotos. O condor trabalha para limpar os ambientes, mas voa alto transcendendo as minúcias. Seu trabalho não é espalhar a sujeira e a carniça (como fazem pessoas que roubam o trabalho dos outros, denigrem as pessoas e espalham fake news), muito pelo contrário. O condor voa alto e enxerga as sombras de forma diferente e diz: Somos todos iguais, somos todos irmãos. Como disse no comentário:....E quando procuramos reconhecer essas questões e problemas da cultura, que são sérios e nos afetam a todos é uma abordagem diferente daquela abordagem que busca a carniça e os problemas da biografia de cada um. Às vezes alguém tenta tirar proveito disso. E assim caminha a humanidade. Temos somente que escolher a abordagem adequada para ajudar a construir um mundo melhor, em vez de se tornar predador das pessoas. O reconhecimento das sombras e sua atuação no tecido social e da cultura é importante, para que possamos ir adiante. Alguns vêem a sombra e preferem se portar como urubu e outros como um condor.

                Veronica Maria Mapurunga de Miranda  -11.08.2021

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Publicado também em Mural desta página Artesanias de Verônica Miranda. www.veronicammiranda.com.br/mural.htm


VOLTAR PARA FAMÍLIA, EDUCAÇÃO E CULTURA (Novas abordagens)

Artesanias - de Verônica Miranda www.veronicammiranda.com.br

A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE SITIO NÃO ESTÁ PERMITIDA

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS


PRINCIPAL

CRONICONTO

GALERIA

PEPEGRILLO

MOMENTOS

MURAL

CULTURA