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Você ...não era você (ou crucificação)

 

Procurei-te em vão na memória, mas não existias

Rastro de saudade do inexistente...indizível ou indecifrável

Decifro-te ou me devoras.

Na dor e no descompasso entre o viver e te mirar, eu te perdi

Nunca te tive

Memória cruel, de pés, mãos, olhos intumescidos, brilhos e cores diferenciadas ...de emoção, de encontro ... de nada.

Máscaras...intimidade de engodo, de qual, de quem... de quais?

 

Pé ante pé...pó ante pó voltamos ao vazio.

Poeira de estrelas ...rastro de cometa cintilando na escuridão do espaço

Quem poderá dizer que tudo isso existiu um dia?

Quem poderá crer em tanta ilusão etérea deslizante pelos dedos e anéis...e sinais.

Memória cruel, de pensamentos não completados, de sentimentos inconclusos, de réstias de energias transfiguradas nesta minha crucificação.

Por que te querer se te perdi, Ser etéreo inexistente, transbordante de corpos e de feições?

Apeguei-me a ti como a salvação de cada instante. A renovação de cada gozo. A referência deslizante de aparências que se iam.

Por que não posso te reter numa imagem una, indivisível e real?

Por que a memória tenta buscar o passado irreparável e dolorido, como uma tela que ficou em branco, de um filme morto?

Sondo e tateio. Vou e volto. E no círculo vicioso das emoções enclausuradas tu escapas como uma chama rápida e fugaz.

Te quero...te quero...te quero....

Te perco...te perco...te perco.

Oh! Pai, por que me abandonastes?

Através das nebulosas lágrimas que escorrem como rios procuro-te em vão

De imagem, em imagem que se esvai na minha dor, através de mim percebo:

Já não existes.

 

Verônica Maria Mapurunga de Miranda - 18/03/2000

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A  posteriori

Fantasmas  do mundo inteiro uni-vos, e mesmo assim jamais serão mais fortes e maiores que os céus estrelados de nossas noites, e que o raio de luz que anuncia todo  dia o amanhecer.


Midi de Fundo: Adagio - Albinoni


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