AQUI
É UM ESPAÇO PARA REUNIR COMENTÁRIOS E REFLEXÕES QUE VENHO FAZENDO NO
MUNDO VIRTUAL SOBRE ESSA QUESTÃO QUE SE INSCREVE NOS NOVOS PARADIGMAS E
QUE DIZEM RESPEITO ÀS PRINCIPAIS MUDANÇAS DESTE SÉCULO QUE JÁ FORAM
INICIADAS. A ARTE TRAZ A POSSIBILIDADE DA VIA SIMBÓLICA E DO
DESENVOLVIMENTO DA CRIATIVIDADE. O SÍMBOLO NOS PERMITE FAZER PONTES NAS
NOSSAS PARTES FRAGMENTADAS E ADENTRAR NO AUTOCONHECIMENTO POR SER UMA
LINGUAGEM CAPAZ DE COMUNICAÇÃO COM O INCONSCIENTE, QUE TRABALHA NA
INTEGRAÇÃO DOS OPOSTOS E POR ISSO TEM QUALIDADES TRANSCENDENTES.
APRENDER A SIMBOLIZAR É UMA DAS TAREFAS DOS SERES HUMANOS NESTE SÉCULO,
NECESSÁRIA PARA A INTEGRAÇÃO DO SER HUMANO. A ARTE AJUDA A
DESENVOLVER A CRIATIVIDADE E EM DETERMINADO NÍVEL AS CAPACIDADES DE
CO-CRIAÇÃO, INDO ALÉM DA CRIAÇÃO SUBJETIVA, SE RELIGANDO A PSIQUE
OBJETIVA, AO SAGRADO E INSPIRANDO CAMINHOS.
SÃO ARTIGOS DE OUTRAS SEÇÕES DO SITE, BEM COMO DE COMENTÁRIOS E
REFLEXÕES REALIZADOS POR MIM NO ESPAÇO VIRTUAL E AQUI DESENVOLVIDOS
SOBRE O TEMA. VERONICA MARIA MAPURUNGA DE MIRANDA -16.06.2019 |
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Jung em sua trajetória de vida e nos
estudos da Psicologia do inconsciente descobriu a importância dos mitos,
fábulas, da linguagem simbólica, para a vida e ampliação da consciência.
Conhecer a sombra e as leis que regem o inconsciente coletivo, ou a
consciencia em uma acepção mais oriental, nos dá acesso a outra forma de
sabedoria e guia.
Não por acaso, os textos das tradições espirituais estão recheados de
mitos e histórias. Nosso desafio atualmente é trabalhar a linguagem
simbólica que nos dá acesso a essa parte de nós todos, que é parte nossa
e necessita ser integrada.
A linguagem simbólica expande a consciência e nos situa alem da mente
ordinária e do ego. Aprender a usar e entender esta linguagem é
importante para nós humanos em tempos de integração da consciência.
Veronica Maria Mapurunga de Miranda. 16.02.2023.
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A BELA E A FERA (Somente o começo)
Quem não lembra dessa fábula? Ela é maior, mas fiquemos somente no
começo.
Um homem estava viajando e passou por um lindo jardim, com belas rosas.
E lembrou que sua amada filha adorava rosas. Olhou e não viu ninguém e
resolveu usurpar uma para levar para sua filha. Mas, quando ia retirar a
rosa do galho ouviu uma voz: Esse jardim tem dono. Voce está roubando
minha rosa. Não pode. Só deixo você levar essa rosa se você trouxer para
mim quem primeiro vier lhe encontrar quando chegar em casa.
Ao aviso daquela voz o homem poderia ter voltado atrás e reconhecido seu
erro, mas continuou com sua ganância e sua arrogância, de achar que
podia tudo e que tinha controle do imponderável. A pessoa regida somente
pelo ego e seus interesses particulares faz isso, sem se importar com a
vida dos outros, com o sofrimento dos outros e suas necessidades.
Ele pensou e recordou que sempre era o seu cão que ia lhe esperar.
Estava mesmo fascinado com a bela rosa e seu objetivo de dar aquele belo
presente para sua filha. E disse: Eu trago, dou minha palavra.
Ao chegar em casa, entretanto, quem veio primeiramente lhe esperar foi
sua filha amada e não o cachorro como pensara.
O resto da história muitos já sabem. Ele teve que entregar sua filha
amada para o dono do jardim, que era uma fera terrível e estranha. No
final, depois de todo o sofrimento do pai e filha, ela aprendeu muito
com a Fera e descobriu que a amava.
Já vi algumas interpretações da fábula como sendo o processo de
integração da sombra. Mas, concordando em parte com isso, gostaria de me
centrar no ato que inicia a fábula, ou no significado de se mexer no
jardim dos outros, sem permissão, roubando aquilo que é parte de sua
vida, de seu propósito de vida.
Fazer isso tem alto preço, que não é necessariamente monetário. No caso
ele perdeu sua jóia mais preciosa, sua amada filha e para uma fera
estranha. E começou o seu inferno em vida, porque na Lei de Causa e
Efeito nós só podemos atuar sobre as causas, os efeitos nós não
controlamos.
Ele estava certo que perderia somente o cachorro, mas ele não podia
controlar esses eventos. Mexer no jardim dos outros, no propósito de
vida dos outros, era algo grave, de uma lei maior, espiritual, que ele
não sabia e transgrediu. E por isso teve que conviver com suas sombras e
levou sua filha para a mesma situação.
Muitas vezes as pessoas transgridem a lei maior e espiritual, por razões
mais mesquinhas. E esquecem que tentar roubar o jardim e propósito de
vida do outro tem um alto preço, que eles não podem controlar. Ainda é
assim no planeta terra enquanto a consciência não tiver sido ampliada.
Só podemos atuar sobre as causas, aquilo que fazemos. Portanto, cuidemos
de nosso jardim e respeitemos o jardim e propósito de vida dos outros.
Antes de quebrar a rosa preciosa de um jardim ou propósito de vida de
alguém, pense bem e avalie seu erro. Isso pode fazer toda a diferença.
Veronica Maria Mapurunga de Miranda. 16.02.2023
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Este texto foi publicado também em
minhas páginas do facebook: Artesanias de Verônica Miranda e Diálogos
com Jung.
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