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5-.DOS PROCESSOS DE INDIVIDUAÇÃO E DO AMOR - CORAÇÃO OU SELF (VEJA ARQUIVOS) |
Hoje aniversário de Jung nos deparamos com muitas notas de reflexões sobre sua trajetória de vida e sua importância enquanto contribuição de um conhecimento básico e necessário para os tempos atuais - A Psicologia do Inconsciente, de Jung, além de se situar em sets terapêuticos trouxe um conhecimento que transborda e amplia essas formas e fronteiras do conhecimento, com muitas derivações e contribuições posteriores de todos aqueles que beberam do seu vaso alquímico. A alquimia destituída das características ocultas e consideradas perigosas, em um viés religioso e até científico, tornou-se base de uma psicologia necessária e integradora dos tempos modernos, trazendo-nos novamente a natureza e sua importância aos seres humanos e à casa comum. Trouxe sobretudo, independente de qualquer credo, a idéia e vivência de um Deus ou divindade que está conosco e conosco dialoga para as tarefas destes tempos. "Onde está Deus? Está aqui, está em nós e em toda parte". A natureza é também parte dessa divindade e o corpo também pode se restabelecer como sagrado. Essa imago divina que poderia se chamar "Coração", SELF ou condutor da Psique, foi trabalhada por Jung que viveu processos profundos e trouxe algo diferente para a ciência e para o conhecimento de nossos tempos atuais. A espiritualidade ganhou outro sentido, que dialoga com as ciências, com as artes, com as filosofias e com as religiões. Depois disso há uma psicologia da quarta força, a psicologia transpessoal, que já deu seus primeiros passos, mas a tarefa do coletivo é ainda a integração do inconsciente para a expansão das consciências. Sem isso muitos adoecerão. Os processos que Jung estudou e vivenciou estão ocorrendo massivamente e as pessoas mais que nunca necessitam da sua compreensão, de sua divulgação e estudos para compreender suas próprias vivências. Em sua terapia, que consulta os processos de transformação dos indivíduos modernos, o coração é sua base, criar alma é básico e fundamental e o SELF, que é o arquétipo central ou instância maior de nossas psiques, vai nos convocar para essa tarefa que é integradora. O ser humano moderno, fragmentado, unilateral, especializado além da conta necessita recuperar um ponto essencial de si mesmo, seu próprio coração. Coloquei em nota de reflexão e recoloco aqui este comentário: ONDE NÃO HÁ AMOR NÃO HÁ ARTE
"As palavras de Paracelso, que Jung cita no artigo "Paracelsus,the
physician" para descrever a arte da terapia, também podem ser
aplicados, com justiça, ao próprio Jung: "ONDE NÃO HÁ AMOR, NÃO HÁ
ARTE". Assim o médico deve ter uma compaixão e um amor equivalentes
ao de Deus em relação ao homem." O médico é "o meio pelo qual a
natureza é acionada". O que o médico faz não é o seu trabalho. "A
prática dessa arte está no CORAÇÃO; se o teu coração for falso,o médico dentro de
ti também o será". Esse enunciado - ONDE NÃO HÁ AMOR NÃO HÁ ARTE - se refere à alquimia ou ao processo alquímico de transformação. Todo o processo leva a uma aprendizagem do amor. E esse amor significa muitas vezes quebrar-se por dentro e quebrar-se também por fora, porque as coisas não são dissociadas. Em um determinado ponto de um processo alquímico de individuação você não está só, a pessoa não é mais um ego separado, suas atuações já incluem uma tarefa que é também coletiva. Comigo e através de mim a ARTE se faz. E A ARTE sabe que amor não é bajulação, mas cura. E aquilo que é quebrado dentro para se reconstituir é também quebrado fora para desmascarar a cultura. O amor responde a uma integridade e aquilo que ele (Jung) chamou em outro lugar de Daimon Criativo são os imperativos desse movimento. O SELF, arquétipo central da nossa psique é um condutor e deixa de ser exigente quando nos alinhamos cada vez mais a ele e ele por sua vez pode saber do que os indivíduos padecem . É um diálogo de amor, que alguém com um SELF ativado que seja terapeuta ou atue nesse sentido pode entender. Entender, inclusive, quando está demais. Ter coração e senti-lo é ter se iniciado nessa tarefa através do SELF. Coração e SELF neste caso são sinônimos, assim também como uma imago divina. (o SELF é também uma Imago Dei). Encontramos hoje na cultura, fora de um set terapêutico, que foi o principal espaço de Jung para exercer o seu trabalho, muitos Selfs ou corações ativados para exercer essa realização alquímica da transformação e ajudar outros a fazê-la, seja na cultura, em um grupo menor, em atividades que possam contribuir para os processos individuais de cada um, inclusive em religiões que não estabeleçam fronteiras e preconceitos. São processos que estão se tornando massivos, porque necessários. Salve Jung em seu dia e que nos traga muitas inspirações!
Veronica Maria Mapurunga de Miranda . 26.07.2019 |
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Fotomontagem por Verônica Maria Mapurunga de Miranda |
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