|
A teus pés...Na passagem. |
||
|
|
||
|
Hoje 08 de fevereiro de 2010 um ciclo se completa e Julita Nogueira Mapurunga nos deixa, sua família e amigos de tão longos anos. Poucos viveram para completar uma roda tão completa de anos, de vida vivida exaustivamente em todas as suas facetas. Jamais poderíamos resumir a importância de sua vida para todos que estão aqui a seus pés, dando-lhe um último adeus. Do outro lado, uma cidade de amigos, parentes e conterrâneos seus que já se foram lhe esperam. De braços abertos outra Viçosa quase inteira a espera. Nos últimos tempos de vida seu olhar era de tristeza, talvez olhar de partida, por ter que deixar seus entes queridos, talvez por saber nas profundezas da alma que seu ciclo se encerrara e que já não tinha o que fazer aqui. Sua missão chegou ao fim. No outro lado todos já começaram a reorganizar o reencontro: Juarez Fontenele já colocou na radiadora a Ave Maria de Schubert, agora não mais para anunciar o seu falecimento, mas para anunciar sua chegada. Juca Fontenele já preparou como sempre o discurso de recepção das grandes ocasiões. O Sr. Til, Loyola, Da. Maria Loyola, Nenenzinha do Chico Hortêncio preparam com o vovô Clóvis uma mesa de jogo para mais uma partida relembrando os velhos tempos. Sebastião Nogueira, tia Júlia e filhos preparam o cantinho do café, para convidar os vizinhos da praça central que estão lá e que sempre lembram como era saboroso o café que vovó fazia e todo dia iam provar. Ida Pacheco organiza com Toinho Nicolau a banda e o coro de cantoras para as boas-vindas. Algumas quermesses estão sendo armadas, com leilão e retreta para relembrar os velhos tempos e saudar sua entrada em um novo ciclo de vida. Madrinha Ma. Luzia, Tia Maria Carneiro, Tia Porfíria, Maria Caldas, Da. Isaura, Maria Coco e Estela preparam a decoração do evento e a mesa de quitutes. Convidaram a Da. Nini para fazer um bolo confeitado e Da. Clódis, Da. Alice e Da. Neném a ela se aliaram para fazer os enfeites delicados. Tia Amélia, Tia Vicentina e Tia Alzira agendam um almoço para colocar em dia os assuntos. Uma rede está sendo preparada para sua sesta e o seu rosário, com suas orações e santos, em uma mesinha ao lado lhe aguardam. Tia Maria Ribeiro chega e diz: eu vou receber a mamãe com o João Nogueira, o Pio, a Francy, o Fransquinho (Ribeiro), a Mayr, o Raimundo Gondim, o Tatisso e os filhos pequenos também querem estar presentes, mas eu quero também participar desse almoço de vocês. Tem muito assunto para colocar em dia. Tio João Mapurunga, tio Eduardo Mapurunga, Tio Nestor, Da. Rosa Coriolano foram providenciar os fogos. Tem uma longa lista de convidados sendo organizada para a recepção e Juarez Fontenele vai avisar na radiadora. São muitos viçosenses querendo recebê-la. Com ela conviveram muito tempo e são felizes por tê-la novamente. Em todas as praças da cidade, nos distritos e lugares em que morou, o espaço já foi cedido para outros moradores e outras vidas. Dentre eles netos, bisnetos, trinetos e seus filhos e netos que já estão chegando. A cidade se renova e a antiga Viçosa, aquela que Julita viveu em cem anos de existência, desde sua infância e adolescência, já está em boa parte do lado de lá. Os que ficam, com saudades eternas, ficam porque precisam viver, renovar e continuar sua missão. Enquanto Julita se vai e é recebida de braços abertos do outro lado, aqui ficamos quebrando a casca de um ciclo, com a obrigação de nos renovarmos para a vida pulsante que nos cerca e nos espera. Seu corpo ficará na terra sagrada dos primeiros habitantes de Viçosa, terra de sua família, de seus parentes, de seus amigos e de seus ancestrais. Sua alma ficará em nossos corações, enquanto miramos aos seus pés seu grande exemplo de vida e sua gloriosa passagem. Na Viçosa de cá e na Viçosa de lá ela está sendo aplaudida. Nossa homenagem, nosso carinho e nossas eternas saudades. Verônica Maria Mapurunga de Miranda (Neta) |
||
|
|
