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Guia Viçosa  - História e Cultura

                                      Apontamentos e Reflexões

Quando iniciei este site -Viçosa do Ceará - Uma Página não Oficial - a seção Guia Viçosa era um lugar de fotografias de lugares interessantes, pitorescos, tradicionais para se visitar. Só havia, então, o meu site sobre Viçosa do Ceará. Hoje pululam na internet fotos lindas, lugares, publicidade, vídeos oficiais ou não sobre Viçosa do Ceará. De sorte que percebo que o mais importante nesse pequeno espaço é fazer alguns apontamentos que possam levar a uma mobilização de idéias e conhecimentos sobre a história e a cultura em Viçosa. Tenho escrito algumas crônicas no site Artesanias de Verônica Miranda, parte desse portal, que aos poucos também estarão linkados aqui, compondo esses "Apontamentos e Reflexões". Verônica Maria Mapurunga de Miranda - 19.06.2017

Que a história tenha alma enquanto resgatamos as partes e os elos da história fragmentada. Que se faça a "contemporaneidade do não coetâneo" transcendendo os tempos, para vivenciarmos a cultura de um presente mais pleno. E que possamos apontar as necessidades e construir desde o aqui e agora, os tempos vindouros. Verônica Maria Mapurunga de Miranda - 21.11.2017

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           A Escravidão e a Luta pela Liberdade! (Veja Arquivos)

Acho que isso não deve ser esquecido, para se dar valor à liberdade, que de certa forma existe. É uma reflexão sobre o 13 de maio, o dia oficial da libertação dos escravos no Brasil. Uma coisa interessante que Michelet sempre colocava em sua acepção de História era a do Historiador poder se colocar no lugar do outro, enfrentando tempo e espaço, em uma atitude compreensiva.

E quando tentamos fazer isso e nos colocamos no lugar de um escravo nas priscas eras da colonização, tratado como um jumento ou um cavalo de trabalho, vendido na feira, com os dentes examinados, sujeitos à qualquer coisa que quisesse o patrão ou patroa, é que nos damos conta de quanto a liberdade que em tese todos temos hoje é tão importante.

E o que prende mais as pessoas são as prisões da própria cabeça, apesar de reconhecermos os mecanismos de dominação político-econômicos e culturais. E só assim podemos entender o quanto essa luta dos próprios escravos foi algo difícil e o quanto o protagonismo deles foi atrapalhado e interceptado pela própria situação econômica e política. E o quanto aquela liberdade "concedida" - como algo que de alguma forma negava todas as lutas, as fugas, a construção dos quilombos e a força da cultura afro que avassalava todas nossas formas de vida - parecia para muitos um dia de um novo sol. Quando assisti a posse de Barack Obama nos Estados Unidos e a câmera que filmava passava pelos rostos dos milhares de negros que estavam ali presentes senti uma grande emoção. Aquele sentimento de liberdade que todos sentiam e que necessitava ser afirmado uma, duas, e mil vezes. Estava no ar, em um tempo que não mais existia e onde todos os sentimentos se encontravam.

A luta dos escravos, por isso, sempre merece ser destacada, sem contudo deixar de entender o contexto e porque algumas lutas foram mais gloriosas que outras, quando não havia interesse do capitalismo e dos donos do poder, por exemplo, que eles continuassem escravos. A situação dos imigrantes, que os substituíram nas lavouras do café, apesar de ser uma situação de vida também difícil, é incomparável. Eles nunca foram acorrentados, como os escravos, não podiam apanhar dos senhores, por lei.

A questão do "ser livre" ou não ser escravo, mesmo que isso comporte muitas nuances, dentre elas tornar-se mão-de-obra livre para o capitalismo, deve ser percebida para podermos entender tudo aquilo que ficou como vestígio dessa época e regime terrível, até os dias de hoje. Isso significa muito sofrimento. Ainda que a ferida aberta doa é muito necessário saber as diferenças e sentir o que era ser escravo.

Só assim entenderemos verdadeiramente que ainda carregamos muitas prisões na cabeça e que isso ajuda na manutenção de sistemas que querem escravizar. E estamos cada vez mais próximos disso, se as pessoas não se derem conta e não reagirem. Que as pessoas possam sair das correntes que aprisionam a todos, reconhecendo os ganchos do passado que necessitam ser quebrados. Muitos ainda necessitam desse grito de liberdade!
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P.S. Escrevi esse texto com algumas modificações em um comentário num site de História, mas como achei importante como reflexão, recoloquei-o aqui, com alguns
acréscimos.

 

 02/ 06/ 2019 - Verônica Maria Mapurunga de Miranda


Midi de fundo: Bachianas nº 5- Heitor Villa lobos 1938-1945


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