Sertão...Sertões

Chamado Ecológico

USE O COMANDO VOLTAR DO SEU NAVEGADOR

Há um sertão que grita, que não esconde sua dor de estar  se desertificando, de estar perdendo suas águas, de estar se desestruturando ecologicamente, de estar se fragmentando cada vez mais diante das políticas econômico-sociais que não consideram o ser humano que o habita,  que migra e que não encontra lugar. Esse sertão está aí, às nossa vistas. Mas nos anestesiamos para não vê-lo.

Há um sertão que pulsa e chama, mostrando que é uma parte importante do planeta, que está entranhado em nós, ainda que não queiramos vê-lo. Somos Sertão, somos Caatinga, ainda que muitas vezes não queiramos sê-lo. Somos suas mazelas, ainda que não queiramos senti-las.

Chamado Ecológico da Caatinga -Fotomontagem1-Verônica M. Mapurunga de Miranda - Set/1999

Cantando as Belezas

Sertão, arguén te cantô,

Eu sempre tenho cantado

E ainda cantando tô(...)

A tua beleza é tanta,

Qui o poeta canta, canta

E inda fica o qui cantá.

Patativa do Assaré

Você já viu o por-de sol na caatinga, o ipê florido, o capim verde depois da chuva? Você sentiu o cheiro de curral e ouviu o canto da passarada pela manhã, viu o vagalume na noite escura de breu e as estrelas guiando o rumo nas estradas ?

Feche os olhos e sinta,  e cante também as belezas do sertão que estão escondidas  nos rincões de sua memória e que fazem parte da sua paisagem interior.

in Patativa do Assaré-Cante lá que eu Canto Cá - Filosofia de um trovador nordestino- Petrópolis,Ed.Vozes,1982 

Somos um em dois, dois em um, partes de uma mesma parte, de uma mesma região, de um  mesmo planeta. Eu e Tu, opostos que se encontram, gritando e cantando, e  vivendo...a dor e a alegria, a desertificação e a beleza, a seca e a chuva.  Sertão...sertões, em algum lugar de sua memória. Você lembra?

Verônica M. Mapuurnga de Miranda/fevereiro/2000